sexta-feira, 16 de setembro de 2022

POR QUE A EUROPA ESTÁ QUEIMANDO ÁRVORES?

 

A culpa é da guerra entre Russia e Ucrânia que obrigou a Europa a retaliar a Russia e cortar o fornecimento de gás para os países europeus?

Na verdade, a Europa tem ignorado a necessidade de fazer uma transição energética, apesar de desde 1987 o Relatório Brutland "Our Common Future" enfatizar os problemas ambientais como aquecimento global.

Houve também a Rio-92 para se discutir os temas ambientais, mas o mundo não levou a sério os alertas dos cientistas. O Acordo de Paris tinha tudo para ser um ponto de virada, mas o mundo continuou a investir e a queimar combustíveis fósseis.

Agora  países da Europa Central como Romania e Hungria queimam florestas antigas para suprir a escassez de energia. A Europa  “começou a subsidiar a queima de madeira há mais de uma década," diz  a matéria do New York Times. A prática foi encarada como um impulso para energia renovável porque na teoria as árvores podem ser replantadas e continuar a captar carbono. 

O objetivo era transformar os resíduos de serragem em energia verde. O mercado se expandiu rapidamente e florestas na Finlândia e Estonia foram exploradas com tanta intensidade que agora são consideradas emissoras de carbono. 

As pessoas acreditaram que usar madeira como combustível era 'sustentável, mas de acordo com David Gehl, da Agência de Investigação Ambiental de Londres, essas práticas estão destruindo as últimas florestas nativas. Em 2018, por ocasião da votação de subsídios, cientistas assinaram uma carta com a advertência "usar madeira deliberadamente cortada para queima irá aumentar o carbono na atmosfera e o aquecimento por décadas e séculos".  

As árvores tem mais valor de pé do que cortadas e replantar árvores vai contra a necessidade de se preservar a biodiversidade.  Diversas florestas são substituídas por plantações de uma única espécie de árvore e isso as torna mais vulneráveis ​​a doenças e muito menos eficientes no sequestro de carbono.

Na quarta-feira 14/09 , o Parlamento Europeu pediu o fim dos subsídios públicos para a prática ambientalmente destrutiva de queimar árvores como combustível de acordo com jornal The Guardian, mas ambientalistas entendem que é o risco é de ser "muito pouco" e "muito tarde".

A UE gastou 13 bilhões de euros em subsídios à bioenergia em 2020.  As ONGs dizem que a maioria desses subsídios vai para usinas de energia a lenha, mas poderia ser mais bem direcionada ao apoio a outras tecnologias limpas.

Membros do Paralmento pediram para “reduzir gradualmente” a parcela de árvores contadas como energia renovável nas metas da UE. Recusaram a eliminação completa desta forma de energia que é mais poluente do que carvão ou gás, de acordo com cientistas. Houve a votação para que 45% da energia da União Europeia seja de fontes renováveis até 2030.

O avanço é muito pequeno e a transição energética se torna cada vez mais urgente. 

Fonte: System Change Alliance, The Guardian 






domingo, 20 de fevereiro de 2022

PORQUE A CARNE ORGÂNICA É TÃO CARA?


 A Organização das Nações Unidas para Alimentação e agricultura, mais conhecida como FAO, Food and Agriculture Organization elenca vários motivos para explicar porque os orgânicos custam mais. 

A primeira razão é econômica: há menos produtores no negócio da carne orgânica e quando a demanda é maior do que a oferta, os preços tendem a ser mais altos. 

Os produtores tem custos adicionais para preservar e melhorar o ambiente. No Brasil, os novilhos orgânicos são certificados. Isto quer dizer que são criados em pastagens de fazendas certificadas. As pastagens são nativas e não há aplicação de agrotóxicos e fertilizantes químicos na vegetação. 

Há uma preocupação com o bem-estar animal e não se utiliza hormônios para acelerar o crescimento do animal que tem uma vida adequadas e maior espaço para se movimentar. 

Certificação 

O sistema produtivo passa por audtioria e certificação e garante que a carne é produzida da maneira mais natural possível, isenta de resíduos químicos e com preocupação socioambiental. 

A certificadora é credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA e acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial INMETRO. O referido instituto assegura por escrito que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e práticas da produção orgânica. 

A certificação tem um selo que é afixado ou impresso no rótulo ou na embalagem do produto.

O rastreamento da produção de bovinos orgânicos é feito da mesma forma que a para a produção convencional, regido pelo serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (SISBOV). Os animais são identificados com brincos através da emissão do Documento de Identificação Animal (DIA). 

Existem no Brasil 24 empresas que fazem a certificação de alimentos orgânicos.Segundo o MDA, a maior das certificadoras brasileiras é o Instituto Biodinâmico (IBD), com sede em Botucatu, no estado de São Paulo. Hoje é a única das empresas nacionais credenciada para atribuir selo de qualidade orgânica de acordo com os padrões adotados nos Estados Unidos, na União Europeia e no Japão. 

 Mitigação dos Gases de Efeito Estufa 

 O gado criado em pastagens ajuda a mitigar o aquecimento global, pois a presença de vegetação e árvores estocam o carbono no solo. A biodiversidade é do ecossistema local é preservada pela conservação do solo, da água e do ar. Além disso, deve ser independente em relação a fontes energéticas não-renováveis. 

 Na Fazenda Santa Fé do Corixinho, o capim é semeado em meio à vegetação nativa e promove a biodiversidade, conforto aos animais e boa produção de arrobas por hectare. 

 A redução dos gases de efeito estufa também acontece porque não há uso de fertilizantes sintéticos de nitrogênio, um dos fatores dos gases de efeito estufa. A produção pecuária orgânica depende menos de ração à base de grãos e mais de pastagens. Não usa energia no processamento dos grãos e nas embalagens para fabricar a ração e desta forma emite menos gases de efeito estufa.

 A Criação Diferenciada 

No Brasil, a empresa Korin, um dos rótulos mais populares de agricultura orgânica informa no seu site que os seus bovinos levam uma vida de 3 a 4 anos em total liberdade (free-range). Os animais tem hábitos e comportamentos naturais e no caso eventuais de doenças ou contusões são tratados individualmente. Os animais não são expostos à violência ou a situações de pressão psicológica. Com isso, os animais sentem-se seguros e calmos durante a sua existência. Além disso, a produção orgânica é benéfica ao ambiente, ao preservar os biomas e a vegetação nativa existente nos locais de criação. 

 Alimentação e tratamento dos bovinos 

Um fator importante da alimentação é o uso do sal, sem adição da ureia que é um refinado do petróleo. A ureia pode causar danos ao animal e ao ambiente, principalmente no que se refere à contaminação do solo. O tratamento veterinário é restrito a fitoterápicos e homeopatia e as vacinações oficiais são obrigatórias, o que não inclui antibióticos, hormônios e vermífugos, que não são ministrados em nenhuma etapa do processo. 

 De acordo com a WWF, ao adquirir carne orgânica certificada, o consumidor tem a garantia de que está levando para casa um alimento completamente isento de resíduos químicos e agrotóxicos. O processo de produção desta carne diferenciada garante o consumo de um alimento seguro e saudável. 

 Produtores no Brasil 

 No Brasil, há apenas duas associações de produtores de carne orgânica, localizadas na Bacia Hidrográfica do Pantanal, a Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos (ASPRANOR), no estado do Mato Grosso e a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), no estado do Mato Grosso do Sul. Os cortes de carne orgânica podem ser encontrados nas capitais de estados como, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, em grandes redes varejistas. 

A carne orgânica bovina é comercializada predominantemente pela empresa Korin. Sabor da carne orgânica A carne orgânica é tão saborosa quanto uma carne convencional de boa qualidade, com a vantagem de que sua digestão é mais fácil e o seu tempo de cozimento menor. 


 Fontes: FAO https://www.fao.org/organicag/oa-faq/oa-faq5/en/ 

 WWF https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/o_que_e_carne_organica/ 

 KORIN 
 https://www.korin.com.br/produtos/carne-bovina-organica/ Pesquisa & Tecnologia, vol. 2, n.2, Jul-Dez 20 http://www.aptaregional.sp.gov.br/acesse-os-artigos-pesquisa-e-tecnologia/edicao-2005/2005-julho-dezembro/127-sistema-organico-de-producao-de-carne-bovina/file.html 

 IPEA http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&id=1417:catid=28 Associação dos Produtores Orgânicos http://www.abpopantanalorganico.com.br/galeria

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