segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A Mina de Ouro da Culpa Ambiental

Um artigo de David Fahrenthold para mostra que apesar da crise financeira, o mercado para equilibrar as emissões de carbono continua em plena atividade nos EUA.

As vendas para compensação de carbono crescem para aliviar os pecados contra o clima e em alguns casos os preços têm até aumentado. Quando tudo parece ser vendido por menos, pessoas e negócios estão pagando mais no mercado da culpa ambiental.

Especialistas explicam que a crise ainda não atingiu a alta classe média e as pessoas não acham um luxo tentar diminuir a sua culpa. Michael Sheets (27) sentia-se muito culpado por ter passado seis dias dentro de um avião no último mês e escolheu pagar US$240 para a Carbonfund.org. Em resposta recebeu um email dizendo que suas emissões de gases de efeito estufa durante o ano inteiro estavam anuladas.

Segundo grupos que fiscalizam o mercado, muitas vezes os vendedores não cumprem suas promessas e os projetos para compensação promovem benefícios difíceis de avaliar.

Na Bolsa de Clima Chicago (Chicago Climate Exchange) , o dia 23 de setembro foi o segundo mais ativo em quatro anos da sua existência. A empresa de conservação Conservation Fund reportou que as suas vendas cresceram 9% para indivíduos e 22% para as companhias, o que significa um melhor retorno do que investimento em empresas como GM ou Exxon, cujos preços só fizeram cair. Além disso, muitas empresas estão investindo na compensação para melhorar a sua imagem.

A Yahoo gastou 2 milhões para compensar emissões do seu uso com eletricidade e com
viagens dos empregados. Para muitos, o ganho é apenas psicológico ou moral e não se importam de fato com os resultados.

Há quem ache que a alta do mercado de compensação está para acabar pela do interesse e ou preocupação com os problemas mais imediatos. Por outro lado uma empresa que opera um aterro sanitário conseguiu arrecadar US43.000 na Bolsa de Chicago em apenas alguns meses, com um projeto que captura o gás metano.

domingo, 5 de outubro de 2008

Think (Pense): Se o Futuro é Verde por que Comemorar o Presente Negro?


Um especial de oito páginas do N.Y. Times (3/10) - Resgate do Capitalismo - mostra que o mundo caminha para o futuro verde. Um carro chamado “Think”, feito de 95% de material reciclado e movido à energia elétrica pode estar à venda nos EUA em 2009, se comprovada a sua eficiência. O Think é apenas um dos projetos financiados pela KleinerPerkins Caufield & Byers no Vale do Silicone, que já investiu US 1 bilhão em empresas de tecnologia verde (green tecnology) e acredita que o futuro é verde.

John Doerr, um dos sócios da Kleiner e defensor apaixonado das energias alternativas argumenta que isto é um sinal que o mercado de energia de trilhões de dólares passará por uma total transformação ecológica.

No momento em que todas as atenções se voltam para o problema do aquecimento global e suas soluções, o governo brasileiro comemora a descoberta das reservas do petróleo no pré-sal. Um projeto com uma estimativa de US$ 600 bilhões em investimentos para produzir uma energia que contribuirá ainda mais para o aquecimento global, o maior problema do mundo no momento.

“O presente que nos foi dado por Deus” como disse Lula é na verdade um presente negro não só na cor da sua matéria fóssil, mas no luto das consequências e danos que poderá causar. Milhares de crianças na China nascem defeituosas devido à poluição generalizada e o índice aumentou em 40% desde 2001(Time on-line).

Não faz sentido investir no petróleo negro e sujo. As crianças de todo o mundo merecem um futuro verde e limpo e uma educação que as tornem capazes de ser líderes das suas vidas e dos seus países.

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