segunda-feira, 2 de março de 2009

Três toneladas de lixo por causa de um anel ou um negócio que vale ouro?


Há pouco mais de 1 ano, a notícia da montanha de lixo acumulada num ponto do Oceano Pacífico correu pela internet e impressionou todos, ambientalistas ou não. Trazido do mundo inteiro pelas correntes, a quantidade de pedaços de plástico é de um milhão por km2. Isto quer dizer que tem mais plástico do que plâncton, o primeiro ingrediente na cadeia alimentar marítima.

O lixo continua a chegar e está em todo lugar do planeta, até no Everest. Ken Noguchi, um japonês explorador das montanhas calcula em nove toneladas o lixo coletado em expedições de limpeza no Everest.

Nós, ocidentais, somos capazes de produzir 500 kilos de lixo por ano. Na Inglaterra, o lixo doméstico e o lixo comercial representam 24% do total. A maior quantidade de lixo é produzida pela construção e demolição, 36%. Um anel de ouro pode gerar três toneladas de lixo de mineração!

Os cálculos do lixo produzido pela população humana são ainda imprecisos, mas podemos perceber os problemas causados pelos resíduos: mau odor, vermes, químicos que danificam o solo. O lixo é responsável por 4% das emissões de gases efeito estufa que provocam o aquecimento global.

O lado positivo vem dos negócios que estão sendo gerados para se livrar do lixo. Os países desenvolvidos gastam 230 bilhões de dólares para dispor do lixo municipal e industrial. (Cyclope, Instituto de Pesquisa) . Países como China, Brasil e Índia são vistos como oportunidades de negócios porque ainda gastam pouco com o seu lixo.

O lixo pode gerar energia, ser transformado em fertilizante e até em combustível e já se fala em minerar antigos aterros sanitários para extrair aço e alumínio.
Podemos imaginar um mundo sem lixo, com todos os rejeitos sendo reciclados e reutilizados? Parece que sim, mas está ficando caro investir no gerenciamento dos resíduos. A solução seria cada um limpar o seu lixo e assegurar que no preço de cada produto está embutido o custo da sua disposição final.

Aderindo aos visionários, permito-me imaginar um mundo sem lixo: limpo e bonito, sem desperdício. Um passo à frente na evolução da humanidade.

Fonte: Economist, 28/2
Postagem relacionada: Comendo Plástico
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