quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Insegurança Alimentar, Desperdício de alimentos e Aquecimento Global

 




Esses são 3 problemas para serem resolvidos nos próximos anos com impactos negativos nas áreas : 

Ambiental 

Social  

Econômica 

A porcentagem do desperdício está dividida:

17% de toda a produção global de comida é desperdiçada, sendo a maior parte dentro das nossas casas. 

5% são locais que servem comida, como restaurantes

2% nas vendas dos alimentos.


AMBIENTAL 


Segundo estimativas, de 8 a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa estão associadas a alimentos que não são consumidos. 

Esses gases são responsáveis pelo aquecimento global que tem como consequência as mudanças climáticas: 

poluição atmosférica, 

chuvas torrenciais, 

secas severas, 

ondas de calor insuportáveis, 

degelo dos glaciais. 


O desequilíbrio dos ecossistemas ameaça a saúde e a qualidade da vida humana.  


O desperdício nos sistemas de produção de alimentos traz perdas de:

água 

terra 

energia

força de trabalho

capital 


SOCIAL 


Segundo a ONU, a fome atingiu 9,8% da população global em 2021. No Brasil, de acordo com a ONU, são desperdiçados 27 milhões de toneladas de alimentos por ano e 33 milhões de pessoas se encontram em situação de insegurança alimentar. Essas pessoas não consomem alimentos com a frequência necessária e com a qualidade desejada. 


ECONÔMICA 


As perdas estão relacionadas ao cultivo, à logística e ao consumo. Há perda econômica desde o armazenamento das sementes se o tempo for longo, por exemplo. 

Perdas também ocorrem no transporte pelo manuseio, movimentação e embalagem. 



Dados da Embrapa mostram que 1/3 do desperdício de alimentos acontecem desta forma:

10% no campo

 50% no manuseio e transporte 

30% nas centrais de abastecimento 

10% nos supermercados e consumidores. 


Esse desperdício faz com que os alimentos fiquem mais caros porque produtores, transportador

es e donos de supermercados não querem ter prejuízo. 



SOLUÇÕES 


Começando pelo desperdício em casa, a compostagem é uma ótima solução pois evita que

os alimentos estragados ou não aproveitados vão para o lixo comum onde acontece a emissão

dos gases nocivos.


Após o cultivo, os alimentos requerem cuidados no processo de ensacar para ficarem protegidos

do sol e alterações de temperatura. 


Importante é fazer a ligação entre o excesso produzido e as pessoas que estão no estado

de insegurança alimentar. O excesso da produção fresca deve ser resgatado e direcionado

às pessoas no estado de segurança alimentar. 


É preciso divulgar o problema porque as pessoas não sabem sobre as consequências do lixo

orgânico. 

São necessárias as políticas públicas e pesquisas para estimular novas formas de produção que ajudem a diminuir

o problema da insegurança alimentar. 


Fontes: ONU, FAO, Jornal do Sudoeste, A Lavoura 





sexta-feira, 16 de setembro de 2022

POR QUE A EUROPA ESTÁ QUEIMANDO ÁRVORES?

 

A culpa é da guerra entre Russia e Ucrânia que obrigou a Europa a retaliar a Russia e cortar o fornecimento de gás para os países europeus?

Na verdade, a Europa tem ignorado a necessidade de fazer uma transição energética, apesar de desde 1987 o Relatório Brutland "Our Common Future" enfatizar os problemas ambientais como aquecimento global.

Houve também a Rio-92 para se discutir os temas ambientais, mas o mundo não levou a sério os alertas dos cientistas. O Acordo de Paris tinha tudo para ser um ponto de virada, mas o mundo continuou a investir e a queimar combustíveis fósseis.

Agora  países da Europa Central como Romania e Hungria queimam florestas antigas para suprir a escassez de energia. A Europa  “começou a subsidiar a queima de madeira há mais de uma década," diz  a matéria do New York Times. A prática foi encarada como um impulso para energia renovável porque na teoria as árvores podem ser replantadas e continuar a captar carbono. 

O objetivo era transformar os resíduos de serragem em energia verde. O mercado se expandiu rapidamente e florestas na Finlândia e Estonia foram exploradas com tanta intensidade que agora são consideradas emissoras de carbono. 

As pessoas acreditaram que usar madeira como combustível era 'sustentável, mas de acordo com David Gehl, da Agência de Investigação Ambiental de Londres, essas práticas estão destruindo as últimas florestas nativas. Em 2018, por ocasião da votação de subsídios, cientistas assinaram uma carta com a advertência "usar madeira deliberadamente cortada para queima irá aumentar o carbono na atmosfera e o aquecimento por décadas e séculos".  

As árvores tem mais valor de pé do que cortadas e replantar árvores vai contra a necessidade de se preservar a biodiversidade.  Diversas florestas são substituídas por plantações de uma única espécie de árvore e isso as torna mais vulneráveis ​​a doenças e muito menos eficientes no sequestro de carbono.

Na quarta-feira 14/09 , o Parlamento Europeu pediu o fim dos subsídios públicos para a prática ambientalmente destrutiva de queimar árvores como combustível de acordo com jornal The Guardian, mas ambientalistas entendem que é o risco é de ser "muito pouco" e "muito tarde".

A UE gastou 13 bilhões de euros em subsídios à bioenergia em 2020.  As ONGs dizem que a maioria desses subsídios vai para usinas de energia a lenha, mas poderia ser mais bem direcionada ao apoio a outras tecnologias limpas.

Membros do Paralmento pediram para “reduzir gradualmente” a parcela de árvores contadas como energia renovável nas metas da UE. Recusaram a eliminação completa desta forma de energia que é mais poluente do que carvão ou gás, de acordo com cientistas. Houve a votação para que 45% da energia da União Europeia seja de fontes renováveis até 2030.

O avanço é muito pequeno e a transição energética se torna cada vez mais urgente. 

Fonte: System Change Alliance, The Guardian 






domingo, 20 de fevereiro de 2022

PORQUE A CARNE ORGÂNICA É TÃO CARA?


 A Organização das Nações Unidas para Alimentação e agricultura, mais conhecida como FAO, Food and Agriculture Organization elenca vários motivos para explicar porque os orgânicos custam mais. 

A primeira razão é econômica: há menos produtores no negócio da carne orgânica e quando a demanda é maior do que a oferta, os preços tendem a ser mais altos. 

Os produtores tem custos adicionais para preservar e melhorar o ambiente. No Brasil, os novilhos orgânicos são certificados. Isto quer dizer que são criados em pastagens de fazendas certificadas. As pastagens são nativas e não há aplicação de agrotóxicos e fertilizantes químicos na vegetação. 

Há uma preocupação com o bem-estar animal e não se utiliza hormônios para acelerar o crescimento do animal que tem uma vida adequadas e maior espaço para se movimentar. 

Certificação 

O sistema produtivo passa por audtioria e certificação e garante que a carne é produzida da maneira mais natural possível, isenta de resíduos químicos e com preocupação socioambiental. 

A certificadora é credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA e acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial INMETRO. O referido instituto assegura por escrito que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e práticas da produção orgânica. 

A certificação tem um selo que é afixado ou impresso no rótulo ou na embalagem do produto.

O rastreamento da produção de bovinos orgânicos é feito da mesma forma que a para a produção convencional, regido pelo serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (SISBOV). Os animais são identificados com brincos através da emissão do Documento de Identificação Animal (DIA). 

Existem no Brasil 24 empresas que fazem a certificação de alimentos orgânicos.Segundo o MDA, a maior das certificadoras brasileiras é o Instituto Biodinâmico (IBD), com sede em Botucatu, no estado de São Paulo. Hoje é a única das empresas nacionais credenciada para atribuir selo de qualidade orgânica de acordo com os padrões adotados nos Estados Unidos, na União Europeia e no Japão. 

 Mitigação dos Gases de Efeito Estufa 

 O gado criado em pastagens ajuda a mitigar o aquecimento global, pois a presença de vegetação e árvores estocam o carbono no solo. A biodiversidade é do ecossistema local é preservada pela conservação do solo, da água e do ar. Além disso, deve ser independente em relação a fontes energéticas não-renováveis. 

 Na Fazenda Santa Fé do Corixinho, o capim é semeado em meio à vegetação nativa e promove a biodiversidade, conforto aos animais e boa produção de arrobas por hectare. 

 A redução dos gases de efeito estufa também acontece porque não há uso de fertilizantes sintéticos de nitrogênio, um dos fatores dos gases de efeito estufa. A produção pecuária orgânica depende menos de ração à base de grãos e mais de pastagens. Não usa energia no processamento dos grãos e nas embalagens para fabricar a ração e desta forma emite menos gases de efeito estufa.

 A Criação Diferenciada 

No Brasil, a empresa Korin, um dos rótulos mais populares de agricultura orgânica informa no seu site que os seus bovinos levam uma vida de 3 a 4 anos em total liberdade (free-range). Os animais tem hábitos e comportamentos naturais e no caso eventuais de doenças ou contusões são tratados individualmente. Os animais não são expostos à violência ou a situações de pressão psicológica. Com isso, os animais sentem-se seguros e calmos durante a sua existência. Além disso, a produção orgânica é benéfica ao ambiente, ao preservar os biomas e a vegetação nativa existente nos locais de criação. 

 Alimentação e tratamento dos bovinos 

Um fator importante da alimentação é o uso do sal, sem adição da ureia que é um refinado do petróleo. A ureia pode causar danos ao animal e ao ambiente, principalmente no que se refere à contaminação do solo. O tratamento veterinário é restrito a fitoterápicos e homeopatia e as vacinações oficiais são obrigatórias, o que não inclui antibióticos, hormônios e vermífugos, que não são ministrados em nenhuma etapa do processo. 

 De acordo com a WWF, ao adquirir carne orgânica certificada, o consumidor tem a garantia de que está levando para casa um alimento completamente isento de resíduos químicos e agrotóxicos. O processo de produção desta carne diferenciada garante o consumo de um alimento seguro e saudável. 

 Produtores no Brasil 

 No Brasil, há apenas duas associações de produtores de carne orgânica, localizadas na Bacia Hidrográfica do Pantanal, a Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos (ASPRANOR), no estado do Mato Grosso e a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), no estado do Mato Grosso do Sul. Os cortes de carne orgânica podem ser encontrados nas capitais de estados como, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, em grandes redes varejistas. 

A carne orgânica bovina é comercializada predominantemente pela empresa Korin. Sabor da carne orgânica A carne orgânica é tão saborosa quanto uma carne convencional de boa qualidade, com a vantagem de que sua digestão é mais fácil e o seu tempo de cozimento menor. 


 Fontes: FAO https://www.fao.org/organicag/oa-faq/oa-faq5/en/ 

 WWF https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/o_que_e_carne_organica/ 

 KORIN 
 https://www.korin.com.br/produtos/carne-bovina-organica/ Pesquisa & Tecnologia, vol. 2, n.2, Jul-Dez 20 http://www.aptaregional.sp.gov.br/acesse-os-artigos-pesquisa-e-tecnologia/edicao-2005/2005-julho-dezembro/127-sistema-organico-de-producao-de-carne-bovina/file.html 

 IPEA http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&id=1417:catid=28 Associação dos Produtores Orgânicos http://www.abpopantanalorganico.com.br/galeria

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Qual o Risco das Mudanças Climáticas para o Mercado Financeiro?

 

 

A Força-tarefa sobre Divulgações Financeiras relacionadas ao Clima é uma organizçao liderada pela indústria,   Task Force on Climate-Related financial disclosures TCFD, estabelecida pelo Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) em 2015 para desenvolver e promulgar divulgações financeiras relacionadas ao clima. 

O objetivo é conscientizar investidores, credores, seguradoras e outras partes interessadas sobre os riscos e as oportunidades associados com as  mudanças climáticas. 

As divulgações sao projetadas para solicitar informações consistentes e úteis para decisões sobre os impactos financeiros materiais de riscos e oportunidades relacionados ao clima. Em fevereiro de 2021, força tarefa tinha mais de 1.500 apoiadores, incluindo quase 500 firmas financeiras. 

“Acreditamos que melhores informações permitirão às empresas incorporar riscos e oportunidades relacionados ao clima em seus processos de gestão de riscos e planejamento estratégico. À medida que isso ocorrer, o entendimento das empresas e investidores sobre as implicações financeiras associadas às mudanças climáticas aumentará, fortalecendo o mercados para canalizar investimentos para soluções, oportunidades e modelos de negócios sustentáveis ​​e resilientes ”, de acordo com o conselho da TCFD. 

As informações contidas no relatório da TCFD são divulgadas de forma voluntário relatório anual de uma organização. 

Logo na início, o relatório destaca o prejuízo com as catástrofes naturais intensificadas pelas mudanças climáticas entre 2017-2019 em US $ 640 bilhões. 

Outros destaques: 


Aumento de Catástrofes naturais e Mudanças Ambientais Crônicas:

• Choques macroeconômicos ou perdas financeiras causadas por tempestades, secas, incêndios florestais e outros eventos extremos
• Perdas financeiras imprevistas resultantes da mudança climática (por exemplo, o feito da elevação do mar a crédito garantido por empreendimento imobiliário costeiro) poderia impactar o sistema financeiro.

Transição para uma economia de baixo carbono

• Riscos associados a um abrupto economia de baixo carbono, com perdas rápidas no valor dos ativos devido a mudança de política ou preferência do consumidor
• Riscos financeiros relacionados ao clima poderia afetar a economia por meio de spreads de crédito elevados, maior economia preventiva e rápido ajustes de preços.

 “Não encontramos nenhuma empresa com divulgações TCFD completas, o que observamos refletindo o estágio atual de compreensão e prática de relatórios. No entanto, as empresas devem ser incentivadas a fazer o máximo possível das 11 divulgações recomendadas para contar sua história de como estão gerenciando com eficácia os riscos e oportunidades relacionadas ao clima. ”

(Manual de Boas Práticas TCFD).


Fonte: The Climate Service TCS 


terça-feira, 22 de junho de 2021

O QUE A NASA SABE SOBRE O AQUECIMENTO DA TERRA



A quantidade de calor capturado na Terra praticamente dobrou desde 2005, contribuindo para o aquecimento mais rápido dos oceanos, do ar e da terra, de acordo com uma nova pesquisa da NASA e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (National Oceanic and Atmospheric Administration) .

 

A magnitude do aumento não tem precedentes”, disse Norman Loeb, cientista da NASA e principal autor do estudo, que foi publicado esta semana na revista Geophysical Research Letters. “A Terra está aquecendo mais rápido do que o esperado.”

 

Usando dados de satélite, os pesquisadores mediram o que é conhecido como desequilíbrio de energia da Terra - a diferença entre quanta energia o planeta absorve do sol e quanta ele é capaz de derramar ou irradiar de volta para o espaço.

 

Quando há o desequilíbrio “positivo” - a Terra absorvendo mais calor do que perdendo - é um primeiro passo em direção ao aquecimento global, disse Stuart Evans, um cientista climático da Universidade de Buffalo. “É um sinal de que a Terra está ganhando energia.”

 

Esse desequilíbrio praticamente dobrou entre 2005 e 2019, concluiu o estudo. “É uma quantidade enorme de energia”, disse Gregory Johnson, oceanógrafo do Pacific Marine Environmental Laboratory da NOAA e co-autor do estudo. Johnson disse que o aumento de energia é equivalente a quatro detonações por segundo da bomba atômica lançada sobre Hiroshima, ou cada pessoa na Terra usando 20 chaleiras elétricas de uma vez. "É um número tão difícil de entender."

 

A Terra consegue irradiar a energia solar que recebe. No início do período de estudo, em 2005, ela  irradiava de volta cerca de 239,5 desses watts - criando um desequilíbrio positivo de cerca de meio watt. No final, em 2019, essa diferença quase dobrou para cerca de 1 watt completo por metro quadrado.

 

Os oceanos absorvem a maior parte desse calor, cerca de 90%. Quando os pesquisadores compararam os dados de satélite às leituras de temperatura de um sistema de sensores oceânicos, eles encontraram um padrão semelhante.

A comparação de dados por abordagens diferentes confirma o desequilíbrio, de acordo com o cientista da NASA.

 

Mas o que está causando o desequilíbrio?

 

O estudo aponta a diminuição da cobertura de nuvens e do gelo marinho, que refletem a energia solar de volta ao espaço, e um aumento dos gases de efeito estufa emitidos pelos humanos, como metano e dióxido de carbono, bem como vapor d'água, que retêm mais calor na Terra , como fatores de desequilíbrio.


No entanto, é difícil dizer o que é impacto causado  pelo ser humano e o que faz parte dos ciclos climáticos. Está tudo misturado.

 É possível que o desequilíbrio diminua em alguns anos, mas segundo o oceanógrafo Johnson, a trajetória parece ser ascendente, especialmente se os oceanos permanecerem aquecidos.

 

 

 Fonte: Washington Post, NASA. 

 

sexta-feira, 14 de maio de 2021

BITCOIN POLUI?

No dia 12 de maio, Elon Musk declarou que não vai mais aceitar o Bitcoin para pagamentos de carros elétricos na Tesla. O empresário alegou via Twitter que "estava preocupado com o uso de combustíveis fósseis para as transações, especialmente o carvão, que tem as piores emissões." 

Como qualquer outra atividade, o Bitcoin usa energia e contribui para as emissões de carbono na atmosfera. A concentração de CO2 na atmosfera é prejudicial para a saúde humana e para o equilíbrio da Terra e os seus ecossistemas. Uma séria consequência são as mudanças climáticas que provocam as enchentes e a desertificação.

O Bitcoin funciona com um sistema conhecido como "mineração" que usa uma enorme quantidade de energia. Uma rede de operadores ou "mincomeperadores" competem entre si para resolver problemas complicados para resolver uma transação. Quem consegue resolver primeiro, ganha uma compensaçãoem bitcoins. Cada bitcoin vale atualmente em torno de 

US$50.000. De acordo com uma avaliação feita pelo Cedit Suisse em 2018, 80% destes ganhos é para pagar o consumo de isen. 

Segundo estudos, o sistema usado pela moeda digital consome tanta energia quanto a Argentina ou a Nova Zelândia e consome dez vezes mais energia do que o Google. A rede usa computadores poderosos que estão em várias partes do mundo. Dependendo do local, a rede utilizada polui mais ou menos.

Um estudo realizado pela Nature calcula que mais de 75% da mineração acontece na China onde a energia é mais barata, mas baseada no carvão que é o mais poluente dos combustíveis fósseis.

Atualmente o Bitcoin tem se valorizado exponencialmente e o consumo de energia aumenta à medida que mais investidores e mineradores estão interessados em participar para obter lucros. 

Um dos piores cenários para o futuro era de que o Bitcoin seria capaz de elevar a temperatura de global em até 2oC nos próximos 30 anos, o que traria impacto ambiental devastador. 

Uma solução seria a própria rede se autoregulamentar e concentrar a maior parte da atividade em energias renováveis e buscar uma solução para minimizar os custos deste compromisso. 

Fonte: Reuters, BBC, thejapantimes, Global Times, Mint. 






sábado, 7 de novembro de 2020

CRISE CLIMÁTICA X CRISE DE GERAÇÕES

O jornal britânico The Guardian publicou um artigo sobre as fissuras entre as gerações de jovens americanos e seus familiares mais velhos. 

A crise climática e as suas sérias consequências estiveram presentes nos debates eleitorais nos Estados Unidos com o candidato democrata reconhecendo o problema e o candidato republicano negando a sua existência. 

Nas famílias americanas,  os desentendimentos estão acontecendo entre os mais jovens e os parentes mais velhos, como é o caso da jovem Gemma Gutierrez de 16 anos e seus avós. Gemma foi inspirada por Greta Thunberg a contatar os políticos locais para expressar sua preocupação com a crise climática. Os avós, no entanto, acham que ela foi influenciada pela opinião popular. O avô trabalhou na petróleo Exxon e diz que mais calor é até bom... 

Gemma planeja escrever uma carta para os avós para explicar sua angústia, mas sabe que as discussões podem terminar num impasse.
Lily Jarosz, de 17 anos, disse ao The Guardian:" Posso ver uma divisão geracional muito clara ", quando conversando com seus pais "apolíticos da Geração X-er" e sua avó "abertamente hostil". "Isso me dói muito, como se ela não se importasse comigo ou não entendesse o imediatismo do problema."

Segundo o The Guardian,  mesmo jovens conservadores estão cada vez mais alarmados com o impacto do aquecimento global. O número esmagador de 80% dos eleitores com idades entre 18 e 29 anos considera a crise climática “uma grande ameaça à vida na Terra”, de acordo com uma pesquisa realizada no início deste ano. Os níveis de preocupação entre os idosos, principalmente os eleitores republicanos, ficam significativamente aquém.

A vitória de Joe Biden nos EUA e seu compromisso de entrar no Acordo de Paris dá esperança para combater efetivamente o aquecimento global e o efeito das mudanças climáticas.

No Brasil, o debate sobre a crise climática não dividiu gerações e é desconhecido pela maioria do povo brasileiro. Por outro lado, há uma percepção geral de que devemos preservar a Amazônia e o Pantanal, mas o povo continua fazendo churrasco, enchendo o tanque com gasolina e usando as sacolinhas plásticas feitas de petróleo. 

O Brasil ainda tem 66% da sua cobertura vegetal preservada, de acordo com a Embrapa Territorial, mas o problema climático é um problema global e as mudanças climáticas provocam o  desequilíbrio do  clima. Este desequilíbrio provoca secas severas, o que propicia os incêndios na época da estiagem. A Amazônia e o Pantanal tem sofrido com estes efeitos,  agravados pelo desmatamento para criar gado. 

O problema climático é um problema global e só pode ser resolvido globalmente. 

Fonte: The Guardian, EcoWatch. 

 

sexta-feira, 31 de julho de 2020

COMIDA BARATA CUSTA CARO À SAÚDE E AMBIENTE



A
ONU publicou no dia 20/07 artigo 10 Things you should know about agricultural industry, 10 coisas que você deveria saber sobre a indústria da agricultura. O artigo chama atenção sobre o consumo de alimentos baratos e os impactos no ambiente e saúde. 

1.  Custa US 3 trilhões por ano para reverter o impacto negativo no ambiente.

A agricultura industrializada produz emissões de gases de efeito estufa, polui o ar e a água e destrói a vida selvagem. O preço para reverter estas consequências como purificar a água potável contaminada ou para tratar doenças relacionadas à má nutrição custa cerca de 3 trilhões de dólares. Comunidades e contribuintes podem estar pagando a conta sem nem mesmo perceber. 

2. Disseminação de virus dos animais para humanos.

A criação em larga escala de animais diminui a diferenciação genética e torna os animais mais vulneráveis aos patógenos, agentes causadores das doenças. A pecuária intensiva,  com animais mantidos muito próximos um dos outros facilita os vírus se espalhar entre os animais e depois para os humanos. 

3. Destruição das áreas de proteção natural contra o virus 

Limpar florestas e matar animais silvestres para dar espaço à agricultura e aproximar fazendas dos centros urbanos também pode destruir os amortecedores naturais que protegem os seres humanos dos vírus que circulam entre os animais selvagens. De acordo com uma avaliação recente do PNUMA, o aumento da demanda por proteínas animais, a intensificação agrícola insustentável e as mudanças climáticas estão entre os fatores humanos que afetam o surgimento de doenças zoonóticas.

4. Resistência aos tratamentos antimicrobianos (antibióticos, antissépticos etc.) e diminuição do efeito dos medicamentos. 

De fato, cerca de 700.000 pessoas morrem de infecções resistentes a cada ano. Em 2050, essas doenças podem causar mais mortes que câncer. Os antimicrobianos são comumente usados para tratar o gado e também  acelerar o seu crescimento. Com o tempo, os microrganismos desenvolvem resistência, tornando os antimicrobianos menos eficazes que os medicamentos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a resistência antimicrobiana "ameaça as conquistas da medicina moderna" e pode precipitar "uma era pós-antibiótica, na qual infecções comuns e ferimentos leves podem matar".

5. Uso de pesticidas e agrotóxicos que fazem mal à saúde

Grandes volumes de fertilizantes químicos e pesticidas são usados para aumentar a produtividade agrícola e os seres humanos estão  expostos a esses pesticidas potencialmente tóxicos através dos alimentos que consomem. O resultado tem efeito adverso à saúde . Foi comprovado que alguns pesticidas atuam como desreguladores endócrinos. Afetam potencialmente as funções reprodutivas, aumentam a incidência de câncer de mama e causam padrões anormais de crescimento e atrasos no desenvolvimento de crianças e alteram a função imunológica. (Esta seria uma explicação porque algumas pessoas estão morrendo de Covid-19 e outras não, PlanetAtivo.) 

6. Contaminação da água e do solo com consequências para a saúde humana

A agricultura desempenha um papel importante na poluição, liberando grandes volumes de esterco, produtos químicos, antibióticos e hormônios de crescimento nas fontes de água. Isso representa riscos para os ecossistemas aquáticos e para a saúde humana. De fato, o contaminante químico mais comum da agricultura, o nitrato, pode causar a "síndrome do bebê azul", que pode levar à morte de bebês.

7. Aumento da obesidade e doenças crônicas

 A agricultura industrial produz principalmente culturas que são usadas em uma ampla variedade de alimentos baratos, com muitas calorias e de acesso fácil. Consequentemente, 60% de toda a energia da dieta barata é derivada de apenas três culturas de cereais - arroz, milho e trigo. A proporção de pessoas que sofrem de fome reduziu, mas os alimentos baratos são pobres em nutrição. A dieta recomendada inclui A, o consumo de frutas, legumes e leguminosas. A popularidade de alimentos processados, embalados e preparados aumentou em quase todas as comunidades. A obesidade também está aumentando globalmente e muitos sofrem de doenças evitáveis frequentemente relacionadas às dietas, como doenças cardíacas, derrames, diabetes e alguns tipos de câncer.

8. Uso ineficiente da terra 

O maior uso da terra tem sido para a criação de gado. Entre 1970 e 2011, o gado aumentou de 7,3 bilhões para 24,2 bilhões de unidades, em todo o mundo, com cerca de 60% de todas as terras agrícolas usadas para pastagem. A agricultura tem sido menos para a produção de alimentos e mais para geração de ração animal, biocombustíveis e ingredientes industriais para alimentos processados. Enquanto isso, embora haja menos pessoas subnutridas no mundo, há muito mais pessoas mal nutridas.

9. Aumento da desigualdade

Embora as pequenas propriedades constituam 72% de todas as propriedades, elas ocupam apenas 8% de todas as terras agrícolas. Por outro lado, as grandes fazendas - que representam apenas 1% das fazendas do mundo - ocupam 65% das terras agrícolas. Isso confere às grandes fazendas um controle desproporcional e há pouco incentivo para o desenvolvimento de tecnologias que possam beneficiar pequenos agricultores pobres em recursos, incluindo os de países em desenvolvimento. Os alimentos baratos podem ser ricos em  energia, mas são pobres em nutrientes. As deficiências de micronutrientes podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo, diminuir a resistência a doenças, aumentar os riscos durante o parto e, finalmente, afetar a produtividade econômica. Os pobres são efetivamente desfavorecidos, tanto como produtores quanto como consumidores.

10. Nocivo ao processo natural da vida e à saúde do ambiente.

No início do século XX, o processo Haber-Bosch - que transformaria a agricultura moderna - usava temperaturas e pressões muito altas para extrair nitrogênio do ar, combiná-lo com hidrogênio e produzir amônia, que agora é a base da indústria de fertilizantes químicos . Isso efetivamente tornou obsoleto o processo de fertilização da natureza (sol, solos microbióticos saudáveis, rotação de culturas). Hoje, a produção de amônia consome 1-2% do suprimento total de energia do mundo, representando cerca de 1,5% do total das emissões globais de dióxido de carbono.

Fonte: UNEP. 

segunda-feira, 8 de junho de 2020

RIQUEZA DOS OCEANOS AMEAÇADA PELA “ECONOMIA AZUL”


O valor global do ativos dos oceanos é  avaliado pela WWF,  World Wildlife Fund  em 24 trilhões de dólares.

O problema é que esses ativos oceânicos estão ameaçados pelas atividades humanas que exploram os recursos marinhos. Segundo artigo publicado pela Visual Capitalism, a atividade que mais contribui para a economia azul é a produção direta da pesca e agricultura.

Valores em trilhões de dólares da produção dos oceanos:

Saída direta: pesca marinha, recifes de coral, ervas marinhas e manguezais
Valor total: $ 6.9T
Exemplos de produção direta: pesca, agricultura

Comércio e Transporte: Linhas de Navegação
Valor total: $ 5.2T

Ativos adjacentes: costa produtiva, absorção de carbono
Valor total: US $ 7,8T e US $ 4,3T, respectivamente
Exemplos de serviços habilitados: Turismo, educação / conservação (como empregos criados)

Segundo análise da Visual Capitalist, essa riqueza anual produzida pelos oceanos se equipara ao Produto Interno Bruto (PIB) dos países,  chegando a US $ 2,5 trilhões por ano - tornando-se a oitava maior economia do mundo em termos de países.

Os impactos das atividades na saúde dos oceanos

Pesquisadores identificaram num estudo entre 2003 e 2013 o efeito global das várias atividades humanas em diversos ambientes marinhos. São 4 problemas ou quatro principais estressores que ameaçam este potencial de riqueza.

1- Mudança climática: alteração da temperatura na superfície do mar, acidificação dos oceanos e aumento do nível do mar.

2- Transporte marítimo 

3- Atividade com base terrestre:  poluição dos nutrientes, poluição química orgânica, poluição humana direta, poluição luminosa.

4 – Pesca:  a pesca comercial e artesanal, incluindo métodos de arrasto

A principal fonte de mudança no ambiente marinho tem sido o clima, mas os níveis de poluição também aumentaram para muitos ecossistemas. 

Chamamos atenção para poluição do plástico que não para de crescer.
A instituição 4OCEAN  faz um trabalho relevante para retirar o lixo dos oceanos. Segundo estimativa do Forum Economico Mundial, em 2050 podemos ter mais plástico nos oceanos do que peixe em peso.

Os ecossistemas mais impactados são os recifes de coral, ervas marinhas e manguezais e são também os que mais contribuem para a produção econômica direta. No entanto, os impactos na saúde do oceanos podem dar um prejuízo econômico de 428 bilhões anualmente até 2050.

O papel dos oceanos na regulação do clima

Os oceanos absorvem cerca de 30% das emissões de carbono produzidas pela atividade humana. Os níveis de acidez e o aumento da temperatura do mar estão mudando a sua composição química e reduzindo a sua capacidade de absorver CO2.

Este ano o Dia Mundial dos Oceanos  8 de Junho é virtual e o tema é “Inovação para oceanos sustentáveis”. Uma questão relevante é como as empresas podem trabalhar com as comunidades para manter a Economia Azul com danos mínimos ao ambiente.

A ONU tem alertado sobre a necessidade do uso sustentável dos recursos dos oceanos que significa explorar o que precisamos sem esgotar esta fonte de recursos ou numa pescar sem acabar com os peixes.

Fonte: Visual Capitalist, WWF

domingo, 22 de março de 2020

HABITATS DESTRUÍDOS EXPLICAM O APARECIMENTO DO CORONA VÍRUS

Trecho de artigo  publicado  na Ensia, Saúde Pública por John Vidal, 18/03/20. 
Em 2004 John Vidal  viajou para Mayibout no Gabão para investigar porque doenças mortais novas para humanos emergiam de “hot spots”(lugares quentes) da biodiversidade, como florestas tropicais e mercados de carne de animais selvagens.

Quando chegou ao destino encontrou a população do vilarejo traumatizada com o vírus mortal que matava 90% das pessoas infectadas. Estavam apavorados que o vírus voltasse.

As pessoas contaram que crianças tinham ido para a floresta e que um cachorro matou um chimpanzé. Quem cozinhou e comeu teve problemas sérios e alguns morreram imediatamente, enquanto outros foram para o hospital.

Há uma ou duas décadas, pensava-se que as florestas tropicais e ambientes naturais intactos hospedavam vírus e patógenos que traziam novas doenças, como HIV, Ebola, dengue.

Atualmente um número de pesquisadores pensa que na verdade é a destruição da biodiversidade pela humanidade que cria as condições para os novos vírus como COVID-19. Uma nova disciplina, a saúde planetária emerge com foco nas crescentes conecções visíveis entre o bem estar dos humanos, outras criaturas vivas e ecossistemas inteiros.

David Quammen, autor de Spillover: Animal Infections and the Next Pandemic, Derramamento: Infecções Animais e a Próxima Pandemia escreveu recentemente para o New York Times:

“Nós invadimos as florestas tropicas e outros lugares selvagens onde habiam tantas espécies de animais e plantas e entre elas,  tantos vírus desconhecidos. Nós cortamos árvores, matamos animais ou os engaiolamos e os enviamos aos mercados. Nós pertubamos ecossistemas e soltamos os vírus dos seus hospedeiros naturais. Quando isto acontece, eles precisam de um novo hospedeiro. Frequentemente, somos nós”.

Fonte: Scientific American. 


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