terça-feira, 25 de junho de 2013

A NASA pegou emprestado a analogia do Gigante Adormecido brasileiro

Será que a permafrost do ártico  é  O Gigante Adormecido das mudanças climáticas? “ é o título da matéria publicada pela NASA que contra sobre a missão para avaliar o aquecimento da permafrost – camada permanente de gelo – no Ártico.

24 junho de 2013:

 “Voando baixo e lento acima do terreno virgem de North Slope no Alasca, o  cientista Charles Miller, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA observa a vastidão branca da tundra e da camada permanente de gelo. No horizonte, uma linha longa e escura aparece. O avião se aproxima e o objeto misterioso revela um enorme rebanho de caribus  (renas do Ártico) em migração que se estende por quilômetros.

"Vendo os caribus marchando numa fila única através da tundra coloca em perspectiva o que estamos fazendo aqui no Ártico, diz Miller.”

CARVE  (Esculpir) é a abreviação de  “Carbon in Arctic Reservoirs Vulnerability Experiment, Experiência de Vulnerabilidade ao Carbono nos Reservatórios do Ártico.  A missão da NASA tem como objetivo estudar como as mudanças climáticas  estão afetando o ciclo de carbono do Ártico .

No seu terceiro ano, a usa o transporte aéreo para examinar se os reservatórios de carbono são vulneráveis ​​ao aquecimento e entregar  os primeiros mapas das fontes dos  gases de efeito estufa, dióxido de carbono e metano . Cerca de duas dezenas de cientistas e 12 instituições estão participando do projeto.

Segundo Miller,  "o Ártico é fundamental para a compreensão global do clima. As mudanças climáticas já estão  acontecendo no Ártico, mais rápido do que seus ecossistemas podem se adaptar. Olhando para o Ártico é como olhar para o canário na mina de carvão*  em relação ao sistema inteiro da Terra."

Durante centenas de milênios,  a permafrost -  os solos da camada permanente de gelo do Ártico -  acumularam vastas  quantidades de carbono orgânico, cerca de 1.400 a 1.850 bilhões de toneladas, o equivalente à metade de todo o carbono orgânico guardado nos solos da Terra.


Em comparação, as atividades humanas e a queima de combustíveis fósseis emitiram cerca de 350 bilhões de toneladas de carbono desde 1850. A maior parte do carbono está guardado há 3 metros nos solos da superfície ártica. O problema é que a “permafrost” ou camada permanente de gelo pode não ser tão permanente como o nome indica.

Os solos da permafrost estão se aquecendo mais rápido do que a temperatura do ar – entre 1,5 e 2,5 Celsius nos últimos 30 anos. O calor da superfície da Terra penetra na permafrost e ameaça liberar o carbono que está retido em forma de dióxido de carbono e metano, alterando o equilíbrio de carbono no Ártico e aumentando consideravelmente o aquecimento global.

A permafrost  funciona como um  refletor da luz solar para o espaço. À medida que a região sofre com o degelo, as rochas e água absorvem cada mais da energia do sol, tornando a região ainda mais quente.

De acordo com a WWF, uma pequena mudança de temperatura pode ter enormes implicações e alterar as características da região:

·      Desaparecimento de alguns estoques de peixes
·      Mais incêndios de florestas e danos de tempestades nas áreas costeiras da região
·      Extinção de ursos solares até o final do século
·      Aumento do nível do mar com derretimento do gelo
·      Alteração da Corrente do Golfo que leva águas mais quentes e clima ameno para a Europa.
     Apesar das evidências que o aquecimento global no Ártico está se acelerando, ainda há empresas que querem explorar petróleo na região e piorar a situação.

*mineiros levavam um canário quando desciam nas minas para medir a qualidade do ar. Se o canário morria...

Fonte: Nasa

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