
"A notícia triste é que os bloqueadores do acordo liderados pelos EUA conseguiram inserir uma cláusula de saída que pode facilmente impedir que o próximo acordo climático seja juridicamente vinculativo".
É o que diz o recente relatório do PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Uma ação rápida poderia reduzir em curto prazo as mudanças climáticas com a elevação da temperatura em 0,5º C e as mortes por poluição do ar em mais de 2 milhões por ano, além de impulsionar a segurança alimentar.
O carvão negro também contribui para o aquecimento da atmosfera e quando depositado nas calotas polares e geleiras, acelera o processo de degelo porque menos quantidade de luz solar é refletida de volta para o espaço.
O relatório financiado pelo governo sueco estima que a redução de metade das emissões do carbono negro e do gás metano pode ser alcançada por meio de medidas que resultam em economia de custos ao longo do período de investimento.
Uma ação imediata poderia diminuir a taxa de aquecimento no Ártico e reduzir a projeção do aquecimento em 2040 em 0.7º C, com importantes implicações para a vida e o sustento das populações do Ártico, para a biodiversidade e para o aumento do nível do mar.
Achim Steiner, secretário das Nações Unidas e Diretor do PNUMA disse: “ este relatório provê a análise e oferece os caminhos e as políticas que podem permtir as nações, agindo nacionalmente, regionalmente e globalmente,alcançar alguns ganhos notáveis em termos de transição para uma Economia Verde, de baixa emissão e com o uso eficiente de recursos no curto prazo."
Muda o mundo, mudam os valores e as tendências. Agora é a vez da natureza e do desenvolvimento sustentável (desde a preservação dos recursos naturais até a inclusão social). O meio ambiente tá na moda. E a moda, o estilo, como ficam?
Dá para perceber que também tem muita coisa mudando no mundofashion.
Aquela preocupação com a combinação das cores já era. Vermelho só com azul marinho ou branco, ou preto no estilo torcida do flamengo e quem sabe marron... Isso era antigamente. Vermelho agora vai de roxo, de verde, de amarelo. Até de rosa?! Combinar padrões também é coisa do passado. Vale estampado com xadrez, estampado com listras e tudo com tudo. Dá certo?
Parece que sim, pois a ânsia de inovação é na verdade a busca por uma estética mais livre e mais ampla. Uma A moda apenas reflete a necessidade de romper com padrões estabelecidos e encontrar um caminho num mundo que inclui mais possibilidades e opções. Tudo pode estar na moda!
A mistura de tecidos também seria coisa inaceitável há algumas décadas. Lembro de um dono de boutique que teve um ataque porque a vendedora estava usando calça de linho com camiseta de algodão! Linho era com só com linho, ou talvez seda. E para completar, agora as roupas devem parecer lavadas, usadas, recicladas. Faz sentido?
Talvez, porque a mensagem por trás da moda é que está valendo tudo e se vale tudo para que se preocupar em andar na moda? Moda é valorizar o que temos, consertar o que vale pena, transformar o que já cansou e reaproveitar tudo, como se fazia até a revolução industrial. Até então, a maioria das roupas era consertada, remendada ou refeita para dar em outros membros da família, ou ainda reciclada dentro de casa e usada como panos ou mantas.
Pena que o espírito de conservação foi substituído pelo consumismo trazido pela industrialização e que agora é parte integral da economia. Crescimento econômico = novos produtos – (menos) produtos antigos que são jogados fora. Está funcionando? Não. A natureza não tem tempo de ser recuperar na mesma proporção do que consumimos.
O mundo do fast fashion ou moda de consumo rápido se vale da produção em larga escala com mão de obra barata e dos preços baixos. Para quê?
Para a sociedade de consumo comprar mais roupa que não precisa e depois jogar fora. No meio do processo alguns acham que estão lucrando, mas na verdade estamos todos perdendo. Luiz Cláudio, da revista Perspectivas Ambientais da Saúde, Environmental Health Perspectives, considera o estilo de consumo de roupas dos americanos e dos europeus como waste costureou algo como moda de desperdício.
Desperdício no mundo de hoje pode ser um tiro no pé. Para sobreviver temos que viver os 3Rs: reduzir o consumo, reciclar e reaproveitar. Chato, mas eficaz.
O mundo da matéria prima básica da moda polui:
E se você acha que doar é a solução, talvez o Exército da Salvação não dê conta das doações. Nos EUA, só 1/5 das roupas doadas às organizações de caridades é diretamente usado ou vendido nos seus brechós. E os outros 4/5? Vão para empresas de reciclagem e são vendidos por centavos de quilo.
Será que os africanos deveriam ficar felizes com as camisetas com logos americanas compradas no mercado local? Moda veste, mas não educa (até este momento). Todo o dinheiro investido na fabricação dos pesticidas para fazer a camiseta de algodão, no plantio da matéria prima e depois no transporte para as indústrias de confecção e na água consumida para produzir o tecido, mais a tinta para produzir a estampa, mais o transporte para levar até as lojas, mais o combustível que o consumidor gastou para ir até lá comprar - todo este dinheiro poderia ser investido na estética do desperdício poderia melhor aproveitado. Programas educativos e produção com tecnologia limpa, para começar.
O problema não é o capitalismo, mas como lidamos como o sistema, onde investimos o nosso dinheiro e as escolhas que fazemos.
Então, fazer o quê? Algumas sugestões:
Para consumistas: mudem as prioridades. Em vez de comprar roupa da moda por que não investir no seu conteúdo pessoal e fazer um curso de cozinha, artes ou até mergulho?
Para os lojistas: não venda só roupa porque não precisamos de tanta. Por que não vender também o que temos que consumir obrigatoriamente como produtos de higiene, utilidades ecológicas ou comestíveis? O café dentro da loja já é uma tendência que deve continuar.
Para as patricinhas (e mauricinhos): comprar roupa de qualidade é uma boa opção porque duram muito e podem usadas indefinidamente. Sigam o exemplo do André Trigueiro e não se preocupem em não repetir a roupa. Se enjoarem do que têm, um troca-troca de griffes pode ser bem divertido.
Para os criadores: o mundo depende das idéias que atendam às nossas necessidades sem acabar com os recursos naturais. Este é o maior desafio!
O relatório mostra que a poluição resultante de mais de 50 anos de operações de exploração de petróleo aconteceu de forma extensa e profunda na região:
23.000 pessoas participaram nas reuniões das comunidades locais.
5.000 registros médicos foram analisados
4.000 amostras de água e solo foram examinadas
200 locais foram examinados
69 áreas avaliadas - de 1.300 km a 79 hectares
14 meses para realizar o trabalho
Principais constatações:
Segundo o jornal britânico The Guardian, “houve até agora um acordo tácito de silêncio e falta de ação entre os governos ligados às companhias de petróleo”, mas o relatório encomendado ao PNUMA pela República Federal da Nigéria tem o potencial de mudar a situação ao fazer estas chocantes revelações.
Projeto PlanetAtivo - Ação e Educação pelo Meio Ambiente acredita num futuro de energia limpa e renovável. Os combustíveis fósseis devem permanecer enterrados subsolo.