Por exemplo, mais baleias nos oceanos
podem significar um oceano saudável e mais quantidade de peixe, de acordo com
um estudo revisado, publicado este mês na revista Frontiers, Ecology and Enviroment, Ecologia e Meio Ambiente.
Joel Romano, principal autor do estudo e biólogo da Universidade de Vermont em Burlington comenta que "quando os estudos
oceanográficos foram iniciados, as grandes baleias eram praticamente
inexistentes no ecosistema".
As grandes baleias foram muito caçadas até a década de 1970.
Nessa altura um valor estimado 66-90%
dos animais foram removidos das águas do oceano. Desde então, tem
havido uma recuperação lenta do número das grandes baleias. Há agora mais de um
milhão de cachalotes (a baleia de Moby Dick) e dezenas de milhares de baleias cinzentas.
As baleias-azuis no entanto, maior animal já conhecido por
ter vivido no planeta, têm recuperação ainda mais lenta. Na verdade,
representam 1% cento na sua escala
histórica no hemisfério sul. Romano diz que os cientistas acreditam que a sua
ausência pode ter alterado o ecosistema de uma forma que tornou mais difícil
para toda a vida para sobreviver. (Assista a um vídeo de baleias azuis.)
Os cientistas relatam que quando as baleias se alimentam,
muitas vezes em grandes profundidades, e em seguida voltam à superfície para
respirar, elas agitam a coluna de água.
Isso faz com que os nutrientes e microorganismos se espalhem através de
diferentes zonas marinhas, o que pode significar alimentos para outras criaturas.Além disso, os
materiais na urina e excrementos de baleias, principalmente ferro e nitrogênio,
servem como fertilizantes eficazes para plâncton.
Muitas grandes baleias migram longas distâncias para
acasalar, período em que trazem os nutrientes com elas. Quando se
reproduzem em latitudes distantes fazem contribuições de nutrientes
importantes para a água que muitas vezes é pobre em recursos. Até suas
placentas podem ser fontes ricas de matérias-primas para outros organismos, diz
Romano, que chama de "esteira transportadora" de nutrientes em todo o
oceano migração das baleias.
A morte de baleias pode ser útil também. Quando um dos
enormes mamíferos morre, seu corpo se deposita no fundo do mar, onde nutre ecosistemas únicos de animais que se
alimentam de carniças, como caranguejos
e vermes. Dezenas dessas espécies necrófagas não são encontradas em nenhum outro
lugar, diz Romano.
"Porque [os seres humanos] eliminaram tantas baleias,
havia provavelmente extinções no fundo do mar antes de sabermos que uma
determinada espécie existiu", diz Romano.
Pescadores vs Baleias
Durante décadas, alguns pescadores comerciais têm-se queixado
de que as baleias comem os peixes que eles estão tentando pegar. O governo do
Japão tem sido particularmente vocal, indo tão longe a ponto de dizer que a
caça às baleias é necessária porque "as baleias estão ameaçando as nossas
pescarias."
Masayuki Komatsu, um dos negociadores da Baleeira Internacional
do Japão, disse à Australian Broadcasting Corporation, em 2001, que "há
muitas" baleias minke, chamando-os de "a barata do oceano." O cientista Romano discorda.
"É muito mais complicado do que isso". "Nossa nova revisão aponta para vários
estudos que mostram que temos mais peixes em um ecosistema por ter esses
grandes predadores lá."
O próximo passo, diz ele, é a realização de mais estudos de
campo sobre esses processos. Isso poderia ajudar os cientistas a entender
melhor exatamente como o plâncton e outros organismos respondem à presença de
baleias.
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