sábado, 3 de janeiro de 2009

O Mar Está Sofrendo... (Plano B?)


e a culpa maior é a do ser humano, segundo reportagem especial da Economist.

O mar que tanto nos fascina não é mais o mesmo. O ser humano conseguiu alterar sua natureza e sua beleza. Em toda parte, há menos peixe. Atum, peixe-espada e tubarões estão escasseando e o bacalhau já diminuiu em 96% desde 1852. Para obter o bacalhau ou haddock que vivem no fundo do mar, pescadores ilegais arrastam redes e pesos que devastam grande áreas do fundo oceânico, sem chance de recuperação para as plantas e a vida animal.

Considerados as florestas tropicais do mar, os recifes de corais são os que mais sofrem com a elevação da temperatura do mar. Apenas 5% dos recifes de corais podem ser considerados virgens, um quarto se perdeu e o resto está vulnerável ao aquecimento global.As algas que formam os corais não sobrevivem e os recifes tomam uma aparência esbranquiçada e morrem.

O nível do mar se eleva com derretimento das camadas de gelo terrestre que jogam grandes quantidades de água fresca para o mar. Estudos recentes prevêem uma elevação de quase 1 metro neste século, podendo chegar a 2 metros. Muitas espécies sobreviverão, mas outras terão que lutar contra o clima e contra o lixo.

Tudo é jogado no mar: esgoto, pneus, embalagens plásticas e lixo tóxico. As marés vermelhas formadas pela concentração de algas aumentam em freqüência, número e tamanho, especialmente desde que se começou a usar fertilizantes contendo nitrogênio. As algas tóxicas matam os peixes e absorvem quase todo o oxigênio do oceano, formando um tapete de limo.

Como todos os ecossistemas estão interligados, a quase extinção das lontras marinhas no Pacífico Norte levou a uma proliferação dos ouriços do mar e à perda de uma floresta inteira de algas. Com a acidificação do mar, o salmão pode não ter mais como se alimentar dos pequenos caracóis e também desaparecer.

A biodiversidade é interdependente e o choque produzido pelos seres humanos nas últimas décadas faz o mar sofrer. O mar não está conseguindo suportar um mundo de 6.7bilhões de pessoas que chegará a 9 bilhões em 2050. Enquanto cientistas pensam num "Plano B" para em diminuir artificialmente a temperatura e retirar carbono da atmosfera, vamos perseverar em reduzir o consumo e o lixo e buscar energias amigas do meio-ambietne. Economist, reportagem especial “Troubled waters”, 30/12/08.
Independent, It's time for a "Plan B", 2/1/09.

Paraíso do Luxo e do Lixo



Thilafushi fica no paradisíaco arquipélago das Maldivas, mas é uma grande lata de lixo. A cada dia, mais de 300 toneladas de lixo se acumulam num espaço de cerca de sete quilômetros por duzentos metros. Inicialmente concebida para guardar o lixo dos habitantes locais da capital Malé, acabou sendo um grande depósito de todo o lixo produzido pelo arquipélago que recebe 10 mil turistas a cada semana. Uma parte do lixo é queimada e outra enterrada em nos aterros.

Ao lixo local, acrescenta-se também lixo eletrônico: baterias usadas, celulares e computadores. Com o aumento dos resíduos eletrônicos nos últimos anos, aumenta o risco para o meio-ambiente e para saúde humana. Algumas vezes materiais perigosos como o cádmio, presentes nas baterias são dispersos na água.

Os ambientalistas se preocupam também com a possibilidade de elevação do nível do mar e a dispersão das substâncias tóxicas no mar. Estas substâncias podem entrar na cadeia alimentar pelas algas e plâncton, chegando até à nossa mesa de jantar.

A decisão do presidente das Maldivas de economizar a renda do turismo para comprar uma outra pátria não vai funcionar se o ser humano continuar a maltratar a natureza. Mudar de lugar é mudar de problema.

Fonte, foto: La Reppublicca, 3/1/09.

Arquivo do blog