segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Recado para os céticos

Apesar do senso comum admitir que a controvérsia sobre o aquecimento global já acabou e que a interferência do homem no meio-ambiente é responsável pelo aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, os céticos ainda duvidam.

Por que a teimosia? Pelo hábito de fazer oposição ou pela resistência em mudar de hábitos e fazer o que tem que ser feito?

Podemos colocar várias questões, mas cabe aos céticos a honestidade das respostas. A nós cabe mandar um recado: quaisquer que sejam suas razões, o ser humano não pode se eximir da responsabilidade. A culpa é nossa e nós temos que dar um jeito nisso.

O relatório da ONU da semana passada declara que a população humana está vivendo muito além dos seus meios e infringindo dano ao meio-ambiente que podem ultrapassar o ponto de não retorno.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (PNUMA), o crescimento da população global coloca a humanidade em risco. Como alimentar uma população que aumenta a taxas crescentes com a também crescente degradação dos recursos naturais?

Segundo o diretor executivo do PNUMA, Achim Steiner, “a população humana é agora tão grande que a quantidade de recursos necessária para sustentá-la excede a disponibilidade pelos atuais padrões de consumo”.

Esta é uma equação que não fecha. Para mudar seu resultado, temos que mudar seu enunciado. Na últimas duas décadas, houve um aumento de 34% na população do mundo, de 5 milhões para 6,7 bilhões. A quantidade de terra disponível por pessoa diminuiu 60% (de 19.5 acres para 5 acres) (PNUMA).

Diante desta evidência, a discussão em torno da “culpa” do aquecimento global é tola e sem sentido. Toda e qualquer ação que tenha como objetivo preservar os recursos ambientais para a nossa sobrevivência é fundamental. Portanto, os céticos precisam mudar de hábitos, quer acreditem no aquecimento global causado pelas emissões de CO2 ou não.

Nature Conservancy compra uma Floresta Virgem ao Norte de Nova York.

Desde junho de 2007, a Nature Conservancy, um dos maiores grupos ambientais do planeta é proprietária de 161.000 acres de terras virgens e altamente valorizadas ao norte de Nova York, em Adirondack. O negócio atingiu a cifra de 110 milhões de dólares.

Anthony De Palma, do N.Y. Times, descreve o local como uma “maravilha ecológica”: 144 milhas de rios, 70 lagos, mais de 80 montanhas e uma vasta região selvagem, apenas penetrada por alguns caçadores e lenhadores.

Para a organização, este é um negócio inovador, que pretende aliar a conservação da floresta com a extração sustentável da madeira. A Nature Conservacy fez um acordo com a Finch Paper Mill in Glens, Falls, ex-propietária das terras, para suprir a compahia durante os próximos 20 anos.

Para saldar uma dívida de 1 milhão de dólares, a organização pretende vender uma parte das terras para proprietários que não poderão construir sobre ela. Partes menores, perto de povoados já existentes, também poderão ser vendidas, segundo Mr. Carr, diretor para da organização para a Adirondack.

Carr está ciente de que pode haver um mal entendido sobre uma organização ambiental entrar para o negócio de extração da madeira. Mas lembrou que nos últimos anos os eforços de preservação têm se aliado de forma essencial à exploração da madeira como negócio sustentável.

Como o lembra o redator do N.Y. Times, Anthony de Palma, a organização foi alvo de críticas do Washington Post em 2003, denunciando a extração de gás natural de terras compradas no Texas.

Slides da "maravilha ecológica":
http://www.nytimes.com/interactive/2007/10/26/nyregion/20071028_ADIRONDACKS_FEATURE.html#

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