domingo, 27 de dezembro de 2009

TERMINAR O QUE COMEÇAMOS: MÉXICO 2010.

O presidente da assembléia das Nações Unidas em Nova York no dia 21/12 declarou que “todos concordam que as Nações Unidas devem tomar a liderança ...e certamente haverá a reunião no México. Nós vamos terminar o que começamos em Copenhagen...a maioria dos países do mundo está consciente com os perigos deste problema e eles gostariam de fazer o que têm que fazer para salvar o mundo e ter um acordo, um acordo com vínculo jurídico (legally binding).”

O Mundo Precisa de um Acordo com Vínculo Jurídico para 2010 no México é o título da matéria de 24/12 do jornal americano Washington Post. A cidade do México será o país anfitrião da próxima conferência de mudanças climáticas no próximo ano. Nações desenvolvidas e não desenvolvidas devem acordar em cortar 50% das emissões de gases de efeito estufa até 2010, segundo declaração publicada pelo Departamento do Meio-Ambiente.

O fracasso da reunião em Copenhagen foi amenizado com a iniciativa lançada pelos países desenvolvidos do primeiro programa significativo de ajuda climática às nações mais pobres.

A data para a Conferência de 2010 ainda não foi decidida. O governo mexicano sofre com a degradação ambiental, poluição e consumo de energia não renvovável que custa ao país cerca de 7.8% da sua produção anual, segundo dados de 2007. As maiores fontes de poluição e consumo de energia foram os lares, transporte, mina e agricultura. Para resolver os custos ambientais o México tem que gastar 10 vezes mais.

O mundo também vai ter que gastar mais em medidas de proteção ao meio-ambiente e segundo a Estratégia Jovem TUNZA, iniciativa do Programa das Nações Unidas pelo Meio-Ambiente, “agir mais e conversar menos”. Tunza quer dizer “tratar com carinho” na língua africana swahili.

O recado está dado. Até 2010!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Novo Relatório sobre Impactos da Redução do Desmatamento

A solução do problema ambiental mostra mais uma das suas complexidades.
O novo relatório do Programa das Nações Unidas Para o Meio-Ambiente “Mapeando os Impactos de Mudanças Climáticas e Biodiversidade da Redução das Emissões Desmatamento e Degradação Florestal” REED publicado hoje (14/12) enfatiza os benefícios, mas também os desafios da implementação da REDD, a partir do possível Acordo Climático em Copenhagen.

O acordo para custear a redução das emissões causadas só será benéfico do ponto de vista ambiental e econômico, se os investimentos visarem simultâneamente as regiões que sejam tão ricas em carbono quanto em biodiversidade. A medida pode significar riscos para países como o Brasil e a África do Sul.

A REED pode deslocar cultivos já existentes e intensificar a agricultura. O relatório fornece a primeira análise baseada no mapa da distribuição do carbono e da biodiversidade. A questão é saber escolher onde implementar a medida visando maximizar os benefícios e minimizar os desafios que o acordo pode gerar.

Por exemplo, se o objetivo é conservar altas quantidades de carbono e ao mesmo tempo conservar espécies endêmicas – que são próprias apenas daquele lugar – então a ilha de Nova Guiné seria uma das prioridades.

O relatório assinala as áreas que têm alto valor de conservação, mas que são pobres em carbono e que podem estar sob maior ameaça, se o acordo para Redução de Emissões pelo Desmatamento e Degradação Florestal for implementado. O estudo identificou áreas em que o fundo de carbono não resolveria o problema, mas poderia prover financiamento significativo para iniciativas de biodiversidade.

Finalmente, o estudo mostra áreas em de alto valor de conservação em termos de biodiversidade, mas menos ricas em carbono e que desta forma estariam mais ameaçadas com a implementação da REDD, incluindo o Cerrado Brasileiro ou as savanas da África Leste.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Gols verdes na Copa de 2010

Mais da metade dos países que qualificaram seus times para a Copa do mundo em Copenhagen se comprometeu a compensar as emissões dos seus times e dos vôos oficiais para a competição na África do Sul . A notícia foi anunciada hoje em Copenhagen, no primeiro dia da conferência sobre as mudanças climáticas.

Argentina, Brasil, Camarões, Chile, Costa do Marfim, Inglaterra, Grécia, Itália, Japão, República da Coréia, Holanda, Nova Zelândia, Nigéria, Sérvia, EUA, Uruguai, e e a África do Sul estão determinados a marcar gols verdes para o meio-ambiente em 2010.

As viagens dos times e dos torcedores para a África do Sul representam 67% do total das emissões e os países pretendem compensar as emissões dos gases de efeito estufa.

O secretário geral do PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente disse: “Hoje as nações do futebol representando milhões ou bilhões de fans são consideradas como embaixadoras do meio-ambiente para um dos maiores eventos de espectadores do calendário. Cada um dos times está determinado a ter uma atuação esportiva de impacto na África do Sul e ao mesmo tempo reduzir o seu impacto no meio-ambiente”.

O PNUMA e o Fundo Global para o Meio-Ambiente anunciaram apoio para tornar verde a Copa do Mundo com o pacote de um milhão de dólares!

Fonte: Unep, 7/12

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Dividindo a Conta em Copenhagen

Segundo o artigo da Economist de hoje Stopping Climate Change, resolver o problema das mudanças climáticas custa menos (1% do produção global) do que o que foi gasto para salvar os bancos da crise financeira (5% da produção global). Também não faltam tecnologias alternativas para produzir energia limpa: hidrelétrica, biomassa, ventos, energia solar e biocombustíveis. Este blog já publicou que as algas podem ser o combustível do futuro. Então qual é o problema? Dividir a conta.

De acordo com a Economist “a humanidade terá que fazer um acordo sobre como dividir os custos, tanto entre os países, como dentro deles”. Isto requer dois desafios:
1- conseguir um acordo internacional, o que está se tentando em Copenhagen
2- implementar o acordo no nível nacional com políticas mais eficientes e colocar um preço no carbono. Senão o custo vai ficar mais caro do que 1% do produto global.

A reunião por si só já representa o reconhecimento de que não dá para arriscar as previsões sobre o aumento de temperatura feitas pelo IPCC - Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas. O aumento previsto até o final do século é entre 1.1 e 6.4ºC. Com 1.1º, já estamos sentindo os eventos extremos. Se o aumento chegar a 6.4º, “as hipóteses sobre como o mundo vai estar parecem mais ficção científica”.

Copenhagen é para cortar as emissões e saber quanto vai custar. Segundo o IPCC, os países desenvolvidos têm que diminuir suas emissões em 25-40% abaixo dos níveis de 1990 até 2020, com limite do aumento da temperatura em 2%! O Brasil e os outros países em desenvolvimento têm que estabelecer “ações” para limitar as emissões.
A China, o maior emissor de carbono atualmente, disse que vai cortar a intensidade de carbono da sua economia (ou diminuir o seu crescimento) em 40-45% até 2020.
Os EUA só ofereceram um corte de 4% e não estão satisfeitos com a oferta da China porque é onde o país iria chegar com as políticas atuais, sem custos extras. Os países em desenvolvimento reclamam da oferta americana, mas Obama depende do Senado americano para oferecer mais. Melhor do que nada.

Está na hora do dinheiro mudar de mão, “tanto por razões morais (países ricos são os maiores responsáveis pelo problema até agora, mas os mais pobres vão sofrer mais,)quanto por razões práticas (alguns países pobres não tem acesso ao capital necessário para a mitigação)”. Mas os países pobres não deveriam esperar transferências enormes entre os governos. Os mercados de capitais alocam melhor os recursos do que os governos. Os países ricos deveriam investir na energia limpa dos países pobres e o dinheiro público deveria ser usado para disponibilizar somas consideráveis de capital privado. Receita para ninguém botar defeito, se implementada corretamente.

Um acordo internacional em Copenhagen seria apenas o primeiro passo para o corte das emissões. O segundo e mais difícil seria implementar políticas domésticas que encorajam os negócios a investir em produtos limpos e seus processos, e desencorajá-los de investir em produtos carbono-intensivos e seus processo, como o petróleo.

Investir em petróleo não vai compensar se o carbono tiver um preço. E pagar para poluir e aquecer o planeta não faz o menor sentido.E como fica o pré-sal?

Fonte: Economist, 3/12.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Salvando a humanidade.



Imagine uma espécie de planta capaz de dobrar de tamanho a cada dia e ainda produzir largas quantidades de óleos com composição semelhante às moléculas de petróleo, os hidrocarbonetos. Então fique sabendo que os cientistas já descobriram como transformar estes óleos das algas numa “Terceira Geração” de biocombustíveis que imitam a gasolina, o diesel e o combustível para aviação.

E mais, as algas são tão produtivas que podem gerar 7.500 galões (mais de 28 milhões de litros )de combustíveis por acre a cada ano e consumir apenas 1% do espaço americano para produzir 100% do petróleo que os EUA consomem para transporte.

Se comparada com a soja, a alga produz 150 vezes mais!

As algas são verdadeiramente a fonte de energia que vai revolucionar o planeta. Como todas as plantas, usam o dióxido de carbono como fonte de nutrição e não jogam gases nocivos na atmosfera. Crescem em qualquer lugar e podem ser aproveitadas para produzir bio-plásticos, nutracêuticos (alimentos que fazem bem à saúde), alimentos para animais etc.

No futuro, fazendas de algas podem ser usadas para captar diretamente o CO2 produzido por outras instalações de energia elétrica.

Ainda é caro para produzir energia da alga, mas muitas empresas já estão investindo no futuro. Segundo os especialistas, em cinco ou dez anos o combustível da alga já poderá ser comercializado. Isto representa uma pegada ecológica 75% menor do que a do petróleo, ocupando muito pouco do que temos que economizar: espaço para plantar!

Fonte: Good.is

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um Chiclete Que Não Polui

Chicle é o nome da seiva ou látex extraído da árvore Sapota zapottilla, originária da América Central e América do Sul e conhecida no Brasil como sapoti. Originariamente, a goma de mascar era produzida com esta seiva natural, mas a sua substituição por polímeros à base de petróleo tornou-a nociva ao meio-ambiente. Um chiclete demora cerca de 5 anos ou mais para ser absorvido pela natureza!

A solução para o problema surgiu com o Chicza, o chiclete orgânico da floresta tropical. Natural, gostoso e biodegradável, o chiclete Chicza está ajudando o meio-ambiente. Ao contrário dos outros chicletes, este só usa ingredientes naturais no seu processo. Com gosto de frutas, ervas e temperos e consistência original da goma de mascar, o chiclete é biodegradável.

A colheita do chicle é feita nas florestas tropicais da península do Yucatán que formam uma das maiores florestas tropicais do mundo, cobrindo 1.3 milhões de hectares, a Gran Péten. A floresta ficou de pé graças à presença das comunidades que dela extraíam o seu sustento, os chicleros ou aqueles que viviam do chicle.

Para preservar o seu meio-ambiente e garantir que a sua atividade continuasse sustentável, a cooperativa dos chicleros decidiu ter o controle da sua própria produção. Em vez de vender a matéria-prima, eles teriam o seu produto, um chiclete “verde”, o primeiro do gênero!

O chicle não gruda e se desintegra em seis semanas. O chicle é exportado para várias partes do mundo e o chiclete Chicza já está à venda na Grã-Bretanha, desde abril de 2009.

Fonte: Chicza Organic Rainforest Gum.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Um Seguro para o Planeta


As seguradoras sempre estiveram na vanguarda de entender e administrar o risco, sinalizando para sociedade possíveis danos e perdas que poderiam atingi-la. Agora o risco é global e se origina de questões ambientais, sociais e de governança.
A degradação do Lago Chad na África é uma prova do que as mudanças climáticas podem fazer com a vida de 30 milhões de pessoas. O lago que banha quatro países africanos – Chade, Camarões, Niger e Nigéria encolheu em 90% a sua extensão nos últimos 40 anos. Toda a população que vive na região está sofrendo enormemente com a seca e a deterioração das suas capacidades de produção agrícola. Todas as atividades sócio-econômicos são afetadas pelo problema. Como evitar o prejuízo? Há uma maneira de se fazer um seguro contra as mudanças climáticas?

O primeiro relatório que aborda esta questão foi lançado nesta quinta-feira (22/10) , intitulado “O Estado Global do Seguro Sustentável Entendendo e integrando fatores ambientais, sociais e de governança em seguro”. O estudo traz o resultado da pesquisa conduzida pelo grupo de trabalho de seguros do PNUMA Iniciativa Financeira, UNEP Finance Initiative.
As seguradoras sinalizam riscos que vão desde mudanças climáticas, perda de biodiversidade, degradação dos ecossistemas e escassez da água até pobreza, problemas de saúde causados pelo ser humano, envelhecimento das populações, trabalho infantil e corrupção.

O relatório se preocupa em entender melhor os impactos ambientais, sociais e de governança no negócio das seguradoras e do desenvolvimento sustentável. Um dos pontos principais é que para enfrentar os impactos ambientais, sociais e de governança é preciso uma ação coletiva da indústria de seguros nos três níveis: nacional, regional e global.
Segundo Achim Steiner, diretor do PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente, o relatório atesta que “o papel das seguradoras no desenvolvimento sustentável não é uma questão de escolha, mas a única opção possível”.

A sobrevivência da nossa espécie está em risco!

Fonte: UNEP, FAO.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

As Flores Que Me Perdoem...

mas não dá para competir com as cores incomparáveis do fundo do mar.
Segundo o Relatório Resposta Rápida (Rapid Response Report) da ONU liberado nesta quarta (14/10), gramíneas, pântanos e mangues marinhos são responsáveis por captar e armazenar metade das emissões do setor global de transporte. Restaurar a cobertura e saúde destes ecossistemas, junto com a redução do desflorestamento pode contribuir em até 25% para o total das reduções necessárias para evitar o perigo das mudanças climáticas.

Segundo o relatório, “longe de manter e incrementar estes tanques naturais de carbono a humanidade está destruindo e degradando-os a um passo acelerado”, sete vezes maior do que há 50 anos atrás.

Colocando um preço na natureza, os ecossistemas marinhos representam um patrimônio de mais de trilhões de dólares para setores como o turismo, defesa costeira, pesca e serviços de purificação da água, que emergem como naturais aliados contra as mudanças climáticas.

Fonte: Unep.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Um Espaço Seguro Para a Humanidade Operar


Este é o título do estudo publicado pela Nature, 24/09/09. Segundo Johan Rockström que participou do estudo, identificar e quantificar as fronteiras planetárias que não devem ser transgredidas pode ajudar a prevenir o impacto ambiental inaceitável provocado pela ação antrópica.

Nove processos necessitam de definição das fronteiras planetárias:
1. Mudanças climáticas
2. Taxa de perda de biodiversidade terrestre e marinha
3. Interferência nos ciclos de nitrogênio e fósforo
4. Diminuição da camada de ozônio na estratosfera
5. Acidificação do oceano
6. Consumo global de água
7. Alteração no uso da terra
8. Poluição Química
9. Descarga de aerossóis na atmosfera

De acordo com a imagem gráfica, o verde representa o espaço seguro de operação para os 9 sistemas planetários. As fatias vermelhas representam a estimativa para cada variável no momento. As fronteiras dos limites nos 3 sistemas (taxa de biodiversidade, mudança climática e interferência humana no ciclo de nitrogênio) já fora excedidas.

A Terra sempre passou por períodos de significante mudança ambiental, mas o planeta apresenta estabilidade inusitada nos últimos 10.000 anos. Esta estabilidade pode estar agora ameaçada desde que começou a Revolução Industrial, quando as atividades humanas se tornaram o maior propulsor das mudanças climáticas.

O estudo Safe operating space for humanity propõe “fronteiras planetárias”. Estas fronteiras ou limites planetários definem um “espaço seguro de operação” respeitando os processos e subsistemas do planeta. Um ponto relevante do estudo é de que os complexos sistemas da Terra às vezes respondem de forma abrupta e são particularmente sensíveis aos níveis de determinadas variáveis, como por exemplo, o sistema de monções. Neste caso, o sistema pode mudar para um outro estado, com conseqüências negativas e desastrosas para a humanidade, se o limite do nível for ultrapassado.

Fonte: Nature. Para ver a imagem maior, clique na imagem no link da revista.
http://www.nature.com/nature/journal/v461/n7263/full/461472a.html

domingo, 20 de setembro de 2009

Gisele, Embaixadora Ambiental da ONU


A nossa super modelo Gilese Bundchen foi escolhida hoje (20/9) como Embaixadora de Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente, PNUMA. O objetivo do PNUMA é que o famoso rosto de Gisele ajude conscientizar e inspirar a ação para proteger o meio-ambiente.

Ambientalista atuante, Gisele declarou: “O meio-ambiente sempre foi minha paixão. Cresci numa cidade pequena e tive a oportunidade de viver cercada pela natureza. Não posso imaginar uma infância melhor. Precisamos agir agora para que as gerações futuras tenham a mesma oportunidade. A Mãe Terra é o nosso sistema fundamental de vida e se nos tornarmos conscientes e responsáveis agora, podemos ajudar a preservar o planeta”.

Achim Steiner, diretor executivo do PNUMA expressou o seu contentamento com o compromisso de Gisele com o PNUMA que pretende com a sua colaboração tornar a proteção ao meio-ambiente, uma escolha de estilo de vida.

A paixão de Gisele pelo meio-ambiente aparece em várias iniciativas pessoais:

1.Água Limpa – projeto da Família Bundchen para reflorestamento da vegetação ribeira na região onde Gisele nasceu.
2.Gigi e o Time Verde – um desenho animado na internet que apresenta Gisele como uma heroína do meio-ambiente.
3.Gisele é membro da Aliança Floresta Tropical, Rainforest Alliance.
4.Y Ikatu Xingu e outros projetos como Nascentes do Brasil, De Olho nos Mananciais e Florestas do Futuro contam com o apoio financeiro de Gisele.

Fonte: UNEP, United Nations Environment Programme, 20/9/09

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sério, é o maior do mundo


A companhia americana First Solar assinou um acordo com o governo chinês para desenvolver o que será a maior instalação fotovoltaica do mundo. Ela terá uma potência de 2.000 megawatts quando estiver funcionando em Ordos no deserto da Mongólia e produzirá energia para 3 milhões de residência na China. O projeto está previsto para começar em 2010 e o investimento é da ordem de 5 a 6 bilhões de dólares, com início previsto para o próximo ano e a última fase até dezembro de 2019.

O acordo com a empresa americana prevê o fornecimento de painéis, engenharia e construção para a instalação. First Solar também ajudará a desenvolver o suprimento da cadeia de filme fotovoltaico. Segundo o diretor executivo da empresa americana, o compromisso da China com a energia solar é o resultado da adoção progressiva de políticas adotadas pelo país para criar um mercado sustentável e de longo prazo para um futuro de baixo carbono.

E o que dizer do nosso recém descoberto pré-sal ou das imensas reservas de óleo betuminoso na Venezuela e no Canadá, ainda inexploradas? Elas serão responsáveis por bilhões de toneladas de CO2 jogadas na atmosfera. Para garantir o corte das emissões que colocam o planeta em risco, melhor seria que o petróleo ficasse embaixo da Terra.

Fonte: New York Times.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Navios diminuem sua pegada ecológica


Os navios de cruzeiros que param em Vancouver a caminho do Alaska, podem agora se ligar na rede elétrica da cidade e desligar suas máquinas e emissões de diesel.

O Port Metro Vancouver, o maior porto do Canadá revelou na última segunda feira uma instalação de energia para navios de cruzeiro enquanto estiverem no porto, a primeira no Canadá e a terceira no mundo.

A energia utilizada na instalação é na sua maior parte hidroelétrica e 90% não poluente e melhorará significativamente a qualidade do ar, reduzindo as emissões dos navios durante a estação dos cruzeiros.

A exposição prolongada às maquinas que usam diesel podem causar câncer de mama e detonar outros doenças respiratórias, de acordo com a Agência de Proteção ao Meio-Ambiente dos EUA.

Fonte: World Environment News.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Volta do Salmão


Parece título de coluna de moda falando da cor da nova temporada, mas a notícia aqui é sobre o delicioso peixe. O fato é que o salmão está de volta a um dos endereços mais chiques do mundo, o rio Sena. Depois de uma ausência de quase um século, centenas de peixes já passaram pela Torre Eiffel e Notre Dame, apenas este ano.

O que é mais notável é que este retorno do salmão e de outras espécies afastadas pela poluição aconteceu de forma espontânea, sem nenhum esforço para reintroduzi-los. O salmão salar ou salmão atlântico é uma das espécies na lista de extinção.

Historicamente, o Sena era a casa de uma população de salmões que retornam do mar entre dezembro e junho para o seu lugar de origem para reproduzir. A construção de barragens e especialmente os dejetos químicos dos produtos industriais e da agricultura e esgoto levaram à sua extinção.

Agora, imaginem a surpresa de um pescador ao fisgar um salmão de seis quilos no mês passado.

Além do salmão, mais 32 espécies nadam nas águas do Sena, segundo a autoridade parisiense de purificação da água. A razão é simples:a água mais limpa.
Nos anos noventa, até 300 ou 500 toneladas de peixe morriam todo o ano por causa da poluição. O esforço dos últimos quinze anos junto com uma nova instalação de purificação da água removeram a maioria dos poluentes do rio.

Uma análisde de DNA das espécies mostrou que o peixe está vindo de diferentes rios da França e outros lugares.

Podemos comemorar a volta do salmão!

Fonte: Reuters.Foto: AFP.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Energia com tempero de cebola


A empresa americana Gills Onions está inaugurando um sistema de energia elétrica que transforma os resíduos da cebola em energia. A empresa planta e processa cebolas vendidas em fatias, cubos e como purê no atacado e varejo. O objetivo da empresa é eliminar os resíduos da cebola e o projeto foi pensado no longo prazo nos últimos 10 anos.

A empresa gera cerca de 150 quilos de restos de cebola e perde cerca de 35% das cebolas nas cascas e partes não aproveitadas. Antes os resíduos eram enviados para decomposição nos campos, mas o sistema não funcionou e se tornou mais problema do que solução.

A iniciativa de transformar os restos da cebola em energia começa com uma redução de 25% dos resíduos, ao se extrair o líquido dos restos. Este suco vai para um biodigestor onde os micróbios transformam o suco em gás metano. O gás é levado para células a combustível e convertido em eletricidade. Os 25% do lixo sólido são comercializados como alimento para o gado.

A iniciativa que leva o nome de Sistema de Recuperação de Energia, Advanced Energy Recovery System (AERS) reduz o equivalente a 30.000 toneladas por ano de emissões de CO2. A expectativa da empresa é economizar $700.000 dólares em eletricidade por ano e $400.00 dólares na disposição dos resíduos.

Outras iniciativas fazem da empresa uma referência de sustentabilidade como a reaproveitamento de terras plantadas e o sistema de irrigação por gotejamento que economiza o consumo de água anual de 2.900 casas na Califórnia.
A empresa foi reconhecida como Líder em Conservação em Energia: este é o primeiro projeto do gênero.

Fonte: Reuters (22/7), Gill Onions.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Exxon: sensação de um futuro “verde”


Uma das maiores empresas de Petróleo do mundo, a Exxon (Essso) que durante anos negou a responsabilidade do ser humano nas mudanças climáticas, resolveu experimentar a sensação de um futuro "verde".

Pressionada por seus acionistas, incluindo herdeiros de Rockfeller, a empresa investiu US$ 600 milhões de dólares na produção de biocombustível produzido com algas para carros e aviões. O projeto tem como parceira a Sythetic Genomics e a idéia é produzir um combustível compatível com os motores diesel e a gasolina.

Apesar de investir apenas uma fração do seu capital anual entre $20 e $ 30 bilhões, o projeto representa o maior projeto de desenvolvimento de combustível no mundo deste tipo. A vantagem de usar as algas como combustível é que não há a necessidade de ocupar espaço de terra que pode ser usado para plantar alimento.
Outras empresas de petróleo como a British Petroleum já tem uma parceria com a Synthetic Genomics e a Shell também já anunciou de investir num projeto de alga no Havaí. Segundo o vice presidente da a Exxon, Emmil Jacobs o biocombustível da alga tem entre outras, a vantagem de usar o dióxido de carbono durante o seu crescimento, mitigando “o efeito estufa”. Além disso a alga tem um potencial de produzir largas quantidades de óleo que pode ser processado nas refinarias já existentes para faricar combustíveis compatíveis com a tecnologia existente de transporte e infra-estrutura.

Fonte: Treehugger (14/7), Independent (15/7)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Proibido Beber Água da Garrafa


A cidade australiana de Bundanon resolveu banir a água em garrafas Pet e voltar a usar a água da bica. A decisão foi votada pelos próprios residentes e visa combater a emissão de carbono pelos custos do engarrafamento e do transporte. A cidade tem um suprimento farto de água e não precisa da água engarrafada.

Segundo dados da Triple Pundit, uma empresa de Engenharia de Sustentabilidade, o custo de trazer um litro de água das ilhas Fiji no Pacífico, para os Estados Unidos é assombroso. A produção das garrafas pets acontece na China e depois elas são levadas para Fiji; de lá vão para os EUA de navio. A quantidade de água usada para a produção é maior do o seu conteúdo: 6.74 vezes mais do que está na garrafa.

Segundo pesquisas, a maioria das pessoas compra a água “mineral” porque é conveniente e não porque é mais saudável. Alguns consumidores estão conscientes de que os benefícios não são relevantes e pode até ser menos saudável, dependendo do tratamento da água. Se pararmos para pensar, a água engarrafada provoca poluição que pode provocar doenças como o câncer de pulmão. E podemos dizer que isso é bom para saúde?

A água da torneira ainda representa uma economia para o nosso bolso, sem contar o combustível e tempo que também gastamos na compra.Os australianos gastaram US$ 395 milhões em água engarrafada em 2008! Além disso, o governo local tem interesse em manter limpa a água que seus cidadãos vão beber e tomar banho: eles são os seus eleitores. Não podemos dizer o mesmo das companhias de água que distribuem a água apenas em função do seu lucro.

No Brasil, já existe uma consciência da necessidade de ser reciclar as embalagens PET. O problema é que o material reciclado não pode retornar na forma de embalagens alimentícias. Algumas redes de supermercados já tem seus carrinhos feitos com plástico reciclados das pets, mas será damos conta de reciclar todas as pets que consumimos?

Cada vez mais o consumo deixa de ser um ato impulsivo e individualista para se tornar uma decisão racional que avalia todas as suas implicações: a necessidade real de comprar, o seu custo e benefício ambiental e a responsabilidade social - as condições de trabalho e a mão de obra usada na produção.

Fontes: W.E.News, Planet Green, Tree Hugger, Unicamp.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Urgência Permanente


Quando o ciclo da seca começa a ficar mais curto e não há tempo para a recuperação dos pastos que alimentam o gado, a solução é se mover. Isto está acontecendo no Quênia, mas não é uma crise local apenas. Segundo a Organização Internacional para a Migração a previsão é de 250 milhões de migrantes até 2050, quando a população mundial deve atingir os 9 bilhões.

A disputa por espaços volta a ser um tema de discórdia entre as populações locais e internacionais. O relatório “Em Busca de Proteção” (In Search for Shelter) da Universidade da ONU, projeto CARE e Universidade de Columbia em Nova York citam os locais onde a eco-migração deve acontecer:
• Regiões mais secas da África
• Rios da Ásia
• Interior e costa do México e Caribe
• Ilhas planas dos Oceanos Índico e Pacífico.

Se a elevação do mar atingir 1 metro, 24 milhões de pessoas que vivem ao longo dos rios na China, Tailândia, Burma, Índia e Tibet podem ficar deslocadas. O derretimento das geleiras do Himalaia também causará inundações e afetará o preço dos produtos, além de incentivar as disputas.

Uma questão levantada pela revista Economist sobre o assunto é: os migrantes das mudanças climáticas serão reconhecidos? Diferentes dos refugiados das guerras, os eco-migrantes vivem numa “urgência permanente” em virtude da migração “ambientalmente induzida.”
Os que defendem os mais probres reivindicam um dispositivo legal de proteção à nova categoria de migrantes, “os refugiados ambientais”.

A Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados teria que se preparar para lidar com a questão que envolve um número de refugiados muito além da sua capacidade de controle atual. O problema é complexo e deverá garantir o direito de milhares de pessoas no caso de movimentos maciços na Ásia e na África até 2020.

Atualmente muitos estados já estão saturados com o deslocamento das populações internas e teriam que lidar com um número ainda maior. A quem caberia a responsabilidade? Quem são os culpados pela emissão dos gases do efeito estufa?

Segundo a Economist (25/6), Meles Zenawi, primeiro ministro da Etiópia prevê que algumas partes do continente africano se tornarão inabitáveis e “aqueles que causaram o dano, terão que pagar”. Zenawi não deixa por menos do que US$ 40 bilhões.

Em 2004 a também africana Wangari Maathai ganhou o Prêmio Nobel da Paz pelo reconhecimento do Comitê Norueguês do Nobel de que “a paz na terra depende da nossa habilidade de assegurar a vida no meio-ambiente. Maathai luta para promover o desenvolvimento social, econômico e cultural ecologicamente viável na África e no Quênia”. Combater o desflorestamento na África é garantir o sustento de muitas famílias e a paz entre as populações locais.

O crescimento desordenado das cidades também pode criar um novo tipo de refugiado que viu a sua vida na cidade se tornar inviável. Por outro lado, os grandes centros urbanos terão que se preparar para os refugiados ambientais que ficaram sem as suas colheitas. Estrategistas enxergam novos riscos de segurança e uma expansão dos espaços “não governados”. Com certeza a migração ambiental será um grande desafio para o século 21 tanto do ponto de vista econômico, quanto do jurídico. Talvez um bom motivo para se imaginar um único governo para o planeta.

Elizabeth A. Ramos

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Trem pode ser pior do que avião?


Esta tem sido uma das minhas grandes preocupações em relação à questão ambiental: o que é melhor ou pior?

Um artigo da seção de meio-ambiente da New Scientist (8/6) aborda a questão.
Para surpresa de muitos, tomar o trem para Boston signfica produzir maior emissão de gases de efeito estufa do que viajar a mesma distância de jumbo jet.

Segundo o artigo, um novo estudo compara o"ciclo de vida completo" - full life-cicle das emissões geradas por 11 modelos diferentes de transporte nos EUA. Diferentemente de estudo anteriores, Mikhail Chester and Arpad Horvath da Universidade da California analisaram o consumo de energia desde a construção e a manutenção dos diferentes tipos de transporte: carro, avião, trem e ônibus.
Para um especialista da Universidade de Loughborough em Londres, a abordagem é válida porque faz a comparação em termos iguais.

Um dos aspectos avaliados é a quantidade de passageiros que cada trem, avião, ônibus ou carro é capaz de carregar durante o seu ciclo de vida. Os estudiosos também levaram em conta a quantidade dos componentes de infraestrutura - estradas, trilhos e aeroportos- usados no período.

A inclusão destas fontes de poluição adicional dobra os gases nocivos emitidos por uma viagem de trem! As emissões geradas por uma viagem de carro aumentam quase três vezes quando a fabricação e a infra-estrutura são levadas em conta. Em comparação, as viagens aéreas requerem pouca infraestrutura.

O nosso Aeroporto Santos Dumont seria um exemplo de aproveitamento máximo da infra-estrutura em relação à quantidade de vôos realizados.

No final das contas, levando-se em conta o ciclo de vida completo dos meios de tansporte, há um aumento de 10 a 20% no cálculo das emissões.

Os carros são os maiores poluidores, com exceção dos ônibus fora do horário de pico, carregando pouquíssimos passageiros. Viajar 1 km num ônibus quase vazio emite 8 vezes mais por pessoa do que na hora do rush. O fator ocupação é importante. Alguns ônibus podem emitir mais do que as pick-ups e SVUs.

Mesmo os trens e carros elétricos podem contribuir para as emissões se a eletricidade é gerada pela queima de combustíveis fósseis. Este é o caso do trem de Boston em comparação a uma grande aeronave. Parte da explicação está em que 82% da eletricidade em Massachussets é gerada pela queima de combustíveis fósseis.

O estudo ajuda a ter uma compreensão integrada do problema e a avaliar o setor responsável pela maior quantidade das emissões, desde o processo de fabricação do meio de transporte até os gases emitidos pela sua utilização.

domingo, 31 de maio de 2009

Dia Mundial do Meio-Ambiente

Na sexta-feira dia 5 de Junho,comemoramos mais um Dia Mundial do Meio-Ambiente, World Environment Day.
O tema deste ano é Unidos para Vencer as Mudanças Climáticas.

Uma das iniciativas globais lançadas pelo PNUMA, Programa das Nações Unidas no Meio-Ambiente pode ajudar muito nesta luta: Plantemos para o Planeta, Campanha 7 bilhões de Árvores.

No jardim da casa ou do condomínio, na varanda do apartamento, no pátio da escola ou da universidade, no sítio ou na fazenda, não é difícil encontrar um lugar para plantar. A campanha encoraja o plantio de árvores nativas e árvores que são apropriadas para o meio ambiente local.

O Jequitibá (foto Wikipedia) nativo da Mata Atlântica é uma espécie muito antiga e no Brasil temos um exemplar de 3.050 anos!

Vamos assumir este compromisso e depois registrar a nossa contribuição on-line: http://www.unep.org/billiontreecampaign/portuguese/.

domingo, 24 de maio de 2009

Muito além do aquecimento global


Um recente estudo sobre como a Camada de Gelo do Oeste da Antártida responderia ao aquecimento global revelou que a sua desintegração alteraria o foco do campo gravitacional terrestre. O efeito seria a elevação desproporcional do nível do mar no continente da América do Norte. Algumas cidades como Nova York, São Francisco e Washington DC sofreriam inundações catastróficas.

O “gigante adormecido”, como é conhecida a Camada de Gelo do Oeste da Antártida, uma das maiores do mundo, é a única com uma configuração instável e capaz de provocar estas conseqüências . Com menos massa no Pólo Sul e mais água nos oceanos, o campo de gravidade da Terra ficaria enfranquecido no hemisfério sul e fortalecido no hemisfério norte, causando um maior volume de águas nos oceanos ao norte.

Em compensação, os cientistas também estimaram que a média global do nível do mar não se elevaria tanto como foi previsto, devido ao derretimento do gelo nos oceanos. Isto acontece porque partes da camada de gelo estão mais firmes do que se imaginava e não escorregariam para o mar, mesmo num mundo mais aquecido pelas emissões dos gases de efeito estufa.

O Professor Jonathan Bamber da Universidade de Bristol explica que a redistribuição de massa afetaria a rotação da Terra, o que causaria o aumento de volume de água ao longo do continente norte-americano e no Oceano Índico.

Estas conclusões nos remetem a analisar o problema ambiental numa dimensão que ultrapassa os limites da geografia da Terra e nos coloca no espaço cósmico, muito mais difícil de controlar.

Em 2011, a Agência Espacial Européia e a NASA estarão lançando o enorme LISA, Antena Espacial Interferométrica Laser, Laser Interferometer Spacial Antena, um passo mais audacioso na tentativa não só de conhecer o Universo e as suas origens, mas também de controlar o espaço além da Terra.

Fonte: Independent (15/5), Nasa website.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Polêmica do Sequestro de Carbono


O sequestro de CO2 (gases de efeito estufa) tem sido proposto como solução para a nossa sociedade de consumo baseada no modelo industrial. O processo consiste em remover os gases nocivos das instalações industriais e fazer o seu armazenamento no sub-solo. Apesar de viável, a técnica não oferece ainda um modelo seguro.

A Revista Nature/n.458 do dia 02/04 publicou um estudo com resultados importantes para avaliar a segurança e a eficácia da captura de carbono. O objetivo do estudo foi identificar e quantificar o mecanismo que ocorre naturalmente na remoção do CO2 em nove campos de gás natural na América do Norte, na China e na Europa.
Os resultados mostraram que em sete dos nove campos analisados, o CO2 é armazenado dissolvendo-se na água e não como minerais. O estudo sugere que para o armazenar CO2 deve ser levada em conta a mobilidade potencial do CO2 e seu conteúdo nocivo, dissolvido na água. O estudo contribui ainda mais para a polêmica que envolve o assunto, discutida no artigo a “A Ilusão do Carvão Limpo”, The Ilusion of Clean Coal, da revista Economist (7/03/2009).

O carvão ainda representa uma fonte de energia essencial nas maiores economias do mundo como Estados Unidos e Alemanha e ainda mais na China e na Índia. Para solucionar a questão, a proposta seria o seqüestro e a estocagem do carbono de forma segura em áreas subterrâneas. Acontece que a teoria na prática é outra e as grandes empresas se recusam a fazer investimentos maiores em instalações com captura de carbono devido ao custo da construção e à manutenção.

O artigo “A Ilusão do Carvão Limpo”, The Ilusion of Clean Coal, da revista Economist (7/03) provocou as mais diversas reações por parte dos especialistas no assunto e empresários da área. Segundo o artigo, muitos ambientalistas e especialistas em energia alegam que a idéia é inexeqüível. Enquanto os governos ocidentais queimam dinheiro subsidiando a tecnologia “CCS”, - Carbon Capture and Storage - Captura e Armazenamento de Carbono, o setor privado reluta em fazer uso dela, tanto pelos altos custos iniciais das instalações, quanto pelo custo de cada tonelada retirada da atmosfera.

Na última edição da Economist (2/4), foram publicadas as cartas sobre o assunto.
O diretor executivo do Instituto Mundial de Carvão, Milton Catelin discorda da afirmação de que “o mundo está investindo muito dinheiro e esperança” na tecnologia da captura e estocagem de carbono. O diretor lembra que o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas da ONU defende que o "CCS" pode contribuir em 55% para a redução total das emissões até 2100. Segundo a Agência Internacional de Energia, não seria possível estabilizar as emissões sem a captura do carbono e os custos para estabilização aumentariam em 70% sem esta alternativa.

Philippe Paelink, diretor de CO2 da Alstom defende que o “CCS” pode ser totalmente competitivo com outras tecnologias de baixo carbono e comparável com a maioria das alternativas renováveis, incluindo a energia dos ventos, considerando-se o custo do dióxido de carbono poupado. Para Paelink, até o dia em que o mundo possa suprir sua necessidade colossal de energia com 100% de energia renovável, nós temos que “descarbonizar”a produção existente de combustíveis fósseis.

Um grupo especialistas de diversas áreas relacionadas com a captura de carbono defendeu numa carta em conjunto os investimentos em “CCS” criticados no artigo. O grupo acredita que políticas efetivas podem viabilizar os investimentos e sua implementação traria redução significativa de custos. Defendeu também que de acordo com Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, a retenção seria de 99% em 1.000 anos.
Estas são apenas algumas das respostas provocadas pela polêmica questão que pode se tornar ainda mais discutida, com o recente estudo da publicado pela Nature.

Veja animação do processo:
http://199.6.131.12/pt/scictr/watch/climate_change/anim/capnstorage1/index.htm

Fonte: Economist, Nature.
Imagem: Seed - Schlumberger Excellence in Educational Development

domingo, 22 de março de 2009

Vendedor do Sol

Era uma vez um rapaz chamado Jigar Shan, que leu um livro sobre energia solar aos 16 anos e não tirou mais esta idéia da cabeça. Perguntava aos professores que tipo de curso universitário deveria fazer para realizar sua idéia. Os professores não tinham uma definição e acabou sendo aconselhado a fazer engenharia mecânica. Não era a sua praia, mas concluiu o curso. O primeiro estágio foi na Astropower que fabricava painéis fotovoltaicos. Foi lá que percebeu que as pessoas queriam a energia solar, mas não tinham dinheiro para sua instalação.
Depois de tentar convencer empresários a investir na energia solar, Shah fundou a SunEdison em 2003 com um empréstimo, dando a sua casa como garantia. Não demorou muito a conseguir firmar acordos de poder de compra , os PPA (Power Purchase Agreement) com empresas como Ikea e Whole Foods. Depois correu atrás do principal: dinheiro dos Bancos para financiar as instalações.
Hoje a SunEdison opera 200 instalações comerciais nos EUA, com uma capacidade total de 60 megawatts, equivalente ao fornecimento de energia para 48.000 casas. Nas instalações, predomina o silêncio. Pode-se até admirar animais que pastam na proximidade, alheios ao eventual ruído dos equipamentos que não chega a incomodar.

O consumidor paga apenas pela energia do Sol. A empresa instala os painéis solares e se compromete a fornecer a energia solar por um preço fixo durante 10 anos, neutralizando a incerteza do preço no futuro. Energia limpa e renovável sem ter que pagar pelos custos de equipamento. Bom negócio para o consumidor e ótimo investimento para o planeta!

As vantagens
•Energia limpa sem gases de efeito estufa
•Fonte inesgotável de energia, o sol vai continuar brilhando pelos próximos 5 bilhões de anos.
•Energia grátis e com baixos custos de manutenção (uma usina de carvão passa 20% de sua vida útil em manutenção e as instalações solares apenas 1%)

Fonte: On Earth Magazine.

segunda-feira, 9 de março de 2009

50% de Chances de salvar o planeta + Verdades inconvenientes


De acordo com pesquisas feitas no Reino Unido, as chances de conseguirmos manter a alta da temperatura em 2C (antes do nível do desastre) são de 50%, mesmo se todos os países se dispuserem a cortar as emissões nocivas. A previsão foi feita pelo modelo de clima do supercomputador britânico do Escritório de Meteorologia do Centro Hadley para Previsão e Pesquisa do Clima. A intenção é alertar todos os governos do mundo que começam a se reunir daqui a 3 semanas para negociar um tratado internacional sobre o aquecimento global, a ser assinado em dezembro, em Copenhagen.

A previsão foi noticiada hoje (9/3)pelo Independent, que também publicou um artigo que aborda pontos importantes da questão ambiental, com o título de "Verdades Inconvenientes". O controvertido artigo que mereceu várias críticas de leitores é introduzido pela pergunta:

Dirigir um carro elétrico, ter alimentação orgânica e boicotar o que vem da China (custos de transporte) ajuda a lutar contra as mudanças climáticas?

Na minha opinião, a resposta é sim. Além de ajudar a lutar contra as mudanças climáticas, esta alteração de hábitos traz resultados positivos para a nossa vida pessoal.
Não há como negar que a alimentação orgânica é mais saborosa. Os legumes, as verduras e as frutas e o feijão têm gosto da minha infância, quando os fertilizantes químicos ainda eram pouco usados. A alimentação saudável ajuda a prevenir as doenças e não precisamos de remédios, cujo processo de fabricação também contribui para o aquecimento global.

AS verdades inconvenientes, abordadas pelo jornal britânico podem ser assim resumidas:

1. Alguns animais bonitos deixarão de existir, como o cisne Bewick que sofrerá com o alagamento das terras inundadas por uma barragem no Estuário Severn. A barragem proverá 5% da eletricidade do Reino Unido sem emissões nocivas. Entre energia limpa e proteção aos animais, a escolha parece inevitável.

2. A energia nuclear não é problema, é solução.
James Lovelock argumenta “Todo o universo funciona com energia nuclear, por que não nós”?

3. Não adianta evitar os produtos que vêm de muito longe.
No caso inglês, contar os quilômetros percorridos e os custos de transporte não valeria a pena, porque as importações de kiwis, bananas etc não são representativas. Outro argumento seria que um produtor local tem que fazer 10 viagens no seu caminhão (1 tonelada por vez) para transportar 10 toneladas de carne de carneiro, enquanto um super caminhão pode transportar as mesmas toneladas que estão muito mais longe de uma só vez. O caminhão grande vai gastar mais gasolina, mas não tão mais quanto se imagina. Um outro caso seria de que as maçãs da Nova Zelândia podem ser bem mais "verdes" do que as maçãs inglesas porque as fazendas no país distante utilizam fontes de energias renováveis. E assim por diante…

Podemos mais uma vez perceber que a questão ambiental é complexa e com certeza contribuirá para o desenvolvimento do cérebro humano na tentativa de responder ao problema.

Fonte: Independent

segunda-feira, 2 de março de 2009

Três toneladas de lixo por causa de um anel ou um negócio que vale ouro?


Há pouco mais de 1 ano, a notícia da montanha de lixo acumulada num ponto do Oceano Pacífico correu pela internet e impressionou todos, ambientalistas ou não. Trazido do mundo inteiro pelas correntes, a quantidade de pedaços de plástico é de um milhão por km2. Isto quer dizer que tem mais plástico do que plâncton, o primeiro ingrediente na cadeia alimentar marítima.

O lixo continua a chegar e está em todo lugar do planeta, até no Everest. Ken Noguchi, um japonês explorador das montanhas calcula em nove toneladas o lixo coletado em expedições de limpeza no Everest.

Nós, ocidentais, somos capazes de produzir 500 kilos de lixo por ano. Na Inglaterra, o lixo doméstico e o lixo comercial representam 24% do total. A maior quantidade de lixo é produzida pela construção e demolição, 36%. Um anel de ouro pode gerar três toneladas de lixo de mineração!

Os cálculos do lixo produzido pela população humana são ainda imprecisos, mas podemos perceber os problemas causados pelos resíduos: mau odor, vermes, químicos que danificam o solo. O lixo é responsável por 4% das emissões de gases efeito estufa que provocam o aquecimento global.

O lado positivo vem dos negócios que estão sendo gerados para se livrar do lixo. Os países desenvolvidos gastam 230 bilhões de dólares para dispor do lixo municipal e industrial. (Cyclope, Instituto de Pesquisa) . Países como China, Brasil e Índia são vistos como oportunidades de negócios porque ainda gastam pouco com o seu lixo.

O lixo pode gerar energia, ser transformado em fertilizante e até em combustível e já se fala em minerar antigos aterros sanitários para extrair aço e alumínio.
Podemos imaginar um mundo sem lixo, com todos os rejeitos sendo reciclados e reutilizados? Parece que sim, mas está ficando caro investir no gerenciamento dos resíduos. A solução seria cada um limpar o seu lixo e assegurar que no preço de cada produto está embutido o custo da sua disposição final.

Aderindo aos visionários, permito-me imaginar um mundo sem lixo: limpo e bonito, sem desperdício. Um passo à frente na evolução da humanidade.

Fonte: Economist, 28/2
Postagem relacionada: Comendo Plástico
http://planetaativo.blogspot.com/search?updated-max=2008-04-14T20%3A46%3A00-03%3A00&max-results=10

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Mudando de Idéia sobre a Energia Nuclear


A energia nuclear tem sido combatida como solução para a crise ambiental planetária, mas agora seus oponentes começam a mudar de idéia. Entre eles, o ex diretor do Greenpeace. O motivo é a necessidade urgente de se diminuir as emissões tóxicas em 80% até 2050.

Pessoalmente tenho defendido o uso da energia nuclear, por acreditar que os riscos são pequenos em proporção aos benefícios trazidos ao meio-ambiente. A França é um dos países que compartilham este pensamento e já está na terceira geração de reatores nucleares. Agora é a vez do governo inglês recuperar o tempo perdido com a longa e auto-imposta moratória para construção de usinas nucleares, em grande parte devido ao intenso lobby dos ambientalistas entre 1970 e 1980. O governo está pedindo o apoio público para escolher os locais onde poderão ser erguidas as usinas nucleares até 2025.

Os quatro ambientalistas que lideram o lobby em favor da energia nuclear são:
Stephen Tindale, ex-diretor do Greenpeace
Lord Chris Smith de Finsbury, presidente da Agência Ambiental britânica
Mark Lynas, autor do livro do ano da Real Academia de Ciência
Chris Goodall, ativista do Partido Verde e futuro candidato ao Parlamento

A moral por trás desta mudança de idéia está numa declaração de Tindale de que "a energia nuclear não é ideal, mas é melhor do que o aquecimento global".

Fonte: Independent (23/02)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

60 bilhões para a Economia Verde nos EUA


O Presidente Obama assinou finalmente o Ato 2009 de Recuperação e Reinvestimento Americano. Apesar de muito criticado,o pacote recebeu elogios unânimes dos ambientalistas, onde também me incluo.

São 60 bilhões de dólares para várias iniciativas verdes! O dinheiro será gasto com energia limpa, pesquisa científica e vários projetos que surpreenderam positivamente os defensores da natureza.

Segundo o Natural Resources Defense Council , Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, o Stimulus Green ou "Estímulo Verde" vai distribuir os investimentos:

• $6 bilhões para segurança e limpeza da água, criando 200,000 empregos.
• $4.5 bilhões para edifícios governamentais verdes.
• Fundo para o programa governamental de energia qeu inclui reformas utilitárias importantes e código de condições para construção.
• $2.5 bilhões para eficiência energética e energia renovável.
• $5 bilhões para o Programa de Assistência Climática, criando aproximadamente 90,000 empregos.
• Extensão por mais anos da taxa de crédito para produção renovável.
• $6 bilhões para garantia de empréstimos para renováveis e biofuel
• $2 bilhões para baterias avançadas
• $9.3 bilhões para rede "intercity", incluindo ferrovia de alta velocidade
• $27.5 bilhòes para auto-estradas e investimento em eficiência de combustível do transporte público.
• $8.4 bilhões para trânsito
• $1.5 bilhões para investimentos em transportes
. extensão do crédito para energia eólica

Agora é colocar a teoria na prática e administrar com eficiência o fluxo financeiro para os programas propostos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Vento Americano


Os Estados Unidos ultrapassaram a Alemanha e conquistaram o primeiro lugar em instalações da energia eólica. A energia dos ventos é responsável por 42% da produção de nova energia no país e pela criação de 35.000 empregos. A meta do governo Obama é dobrar a energia renovável em três anos.

A China vem dobrando a sua capacidade nos últimos quatro anos. O governo chinês identificou o desenvolvimento da energia eólica como uma área chave do crescimento econômico no cenário de crise.

Existe uma enorme demanda pela energia que não produz CO2 e que pode ser instalada rapidamente em qualquer lugar do mundo. A capacidade de orodução da energia global cresceu 28% ao ano, o que é maior do que a média da última década. A eneriga dos ventos contribui para cortes necessários no período crítico até 2020.Os chineses já estão produzindo turbinas eólicas e seus componentes.

A indústria eólica é um importante participante no mercado global e em 2008 alcançou investimentos de 36.5 bilhões de euros. Houve uma economia de emissões de gases de 158 milhões de toneladas de CO2.

Na Europa, a energia dos ventos é a primeira opção dos europeus na direção da energia renovável, um investimento inteligente que coloca o dinheiro europeu para trabalhar para suas próprias economias, incentivando a liderança tecnológica, a proteção do clima, autonomia energética, oportunidadades comercias e empregos. A meta é poupar 1.5 bilhões de toneladas de Co2 por ano.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O que a Crise Financeira e o Aquecimento Global tem em comum?

"Eles começaram a ficar aqui depois que o Polo Norte derreteu"

O artigo de Jeremy Warner do Independent (5/2)compara o aquecimento global com a crise financeira:

"Todos os dois tem sua origem na idéia de que é perfeitamente aceitável encher o sistema com enorme quantidade de material tóxico - no caso da quebra do crédito, trilhões de dólares de empréstimos sub-prime (sem garantias sólidas), e no do aquecimento global, milhões de toneladas de carbono. O consumismo da bolha do crédito é ainda mais alimentado pelo aumento das emissões de carbono.
Todos os dois se basearam em crenças não sustentáveis. O sucesso da reunião de Copenhagen enviará uma mensagem poderosa de cooperação internacional. Para ser bem sucedida, as nações desenvolvidas devem ter a humildade diante das aspirações sensatas do mundo em desenvolvimento. Estas nações não podem ser forçadas pelo Ocidente para um futuro de baixo carbono, mas ajudadas e alimentadas na sua direção".

Junto com as crises, do clima e do mercado, a oportunidade de mudar o que não dá mais para continuar.

Independent:
http://www.independent.co.uk/opinion/commentators/jeremy-warner-a-manifesto-to-save-the-free-market-1546275.html

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Quebrando Recordes


No domingo australiano (1/2) as temperaturas bateram records e atingiram 43C pelo terceiro dia consecutivo, o que provocou a morte de 20 pessoas. Esta é a pior onda de calor na história do país e o calor entortou até os trilhos dos trens.
O que mais desanima é a afirmação do professor David Karoly, da Universidade de Melbourne: “O calor é fora do comum, mas se tornará uma experiência normal em 10 ou 20 anos”. As alterações climáticas são visíveis no país.

A Austrália é o continente mais seco da Terra: a região sul sofre há 12 anos com uma seca e os últimos três anos nos Alpes Australianos também foram os mais secos. A água do rio Murray-Darling não consegue chegar ao mar 40% das vezes e as colheitas tem sido menores. Segundo estudo, os ecossistemas australianos são os mais frágeis do planeta diante da ameaça do aquecimento global.

A tendência é ficar pior e mesmo um pequeno aumento de temperatura, considerado inevitável aumentará a seca em várias partes do país. O país é o maior emissor per capita de dióxido de carbono do mundo e especialistas temem que seja também o primeiro a sofrer as mais duras conseqüências.
Uma subestação elétrica explodiu e fechou o transporte de trem na cidade de Melbourne. Pessoas ficaram presas nos elevadores, estradas foram bloqueadas com a queda das sinalizações. Meio milhão de casas e negócios ficaram sem luz, doentes tiveram que deixar os hospitais.

O Reino Unido sofre com a outra face do aquecimento global: neve pesada que causou caos no transportes aéreo, ferroviário e rodoviário e o fechamento de escolas. A neve no Aeroporto de Heathrow chegou a 11 cm. Um dia sem metrô na capital Londres significa uma perda de produtividade de 48 milhões de libras.

Uma das características das mudanças climáticas é justamente a intensificação das temperaturas: altas e baixas.

Fonte: Independent

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Carbono Zero - Um carro movido a ar!



Por incrível que pareça, um carro movido a ar!

Que não custa nada e o ar ainda sai mais puro do que entrou. Alimentado com uma bomba a ar, igual a de encher pneu de bicicleta. Pode parecer ficção científica, mas foi concebido por engenheiros da Formula 1 que se preocupam com um aperfeiçoamento constante das suas máquinas. Um projeto para táxi que estará disponível daqui a um ano, por 13.000 dólares.

O Fantástico mostrou como está o projeto. Confiram no Youtube:
http://fr.youtube.com/watch?v=V6lOn6XEYiU&hl=pt-BR


Carbono Zero ou Carbono Neutro?
http://pordentrodomeioambiente.blogspot.com/

sábado, 24 de janeiro de 2009

Missão: Observar a Terra Respirar.


A missão se iniciou ontem (23/1) com a entrada em órbita do satélite japonês “Ibuki” (sopro) que faz parte do projeto Gosat. O satélite vai medir as emissões de CO2 e de metano, responsáveis por 80% do efeito estufa. 56.000 locais da Terra serão observados a cada três dias. Mais importante: será possível saber a quantidade de gás realmente absorvido pelas florestas e pelos oceanos e os métodos utilizados serão os mesmo para todas as zonas observadas.

Uma pesquisa divulgada pelo New England Journal of Medicine(22/1) revelou que a melhora de qualidade do ar nos EUA representa mais 21 semanas de vida para os americanos. A redução do CO2 e partículas liberadas pelos automóveis, motores diesel e energia a carvão é responsável por 15% dos 2 anos acrescentados na vida dos americanos. Os resultados mostram que houve de fato um ganho com os esforços de se melhorar a qualidade do ar.

Uma pesquisa anterior realizada pela Organização Mundial da Saúde estimou que 1.4 de todo o tipo de mortes no mundo são causados pela poluição do ar. O monitoramento do ar é uma tarefa imprescindível para a melhora da vida no planeta e o projeto Gosat é uma contribuição real para este objetivo. Os resultados das avaliações do satélite estarão disponíveis para pesquisa mundial e contribuirão para a elaboração de um regulamento que substituirá o Protocolo de Kyoto.


Fonte: Le Monde, World Environment News – Reuters.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Recomendação, Desconsideração e Conscientização


O Worldwatch Institute noticiou na terça dia 13/1 que as emissões de carbono devem cair para “zero” até 2050. Daí para frente, a contabilidade deve ser negativa: temos que absorver mais o carbono e lançar menos gases para atmosfera.

Esta recomendação é muito exigente e mesmo os defensores de uma política ambiental, como Obama, terão dificuldade em cumpri-la. De acordo com o Worldwatch, os países ricos devem ter a maior responsabilidade, reduzindo as suas emissões em até 90% até 2050 e permitir o crescimento das nações em desenvolvimento.

E a China, com o segundo maior BIP do planeta? Desde o ano passado, o país ultrapassou os EUA e passou a ser o maior emissor de dióxido de carbono no mundo. A crescente demanda por carvão para gerar eletricidade e o crescimento da produção de cimento foram os principais responsáveis pelo aumento das emissões.

O China Daily publicou a matéria Green never the price (17/1), lembrando que “em tempos de recessão global, é imperativo tomar cuidado ao lançar projetos para manter a economia funcionando, embora com prejuízo do meio-ambiente.

O projeto PX de produção de paraxylene, usado na produção de fibra de garrafas plásticas, foi retomado na cidade de Zhangzhou depois de ter sido suspenso em Xiamen. A iniciativa põe em dúvida se a proteção ambiental está sendo preterida em função da estabilização do crescimento econômico.

Desde que o pacote de estímulo à economia foi anunciado em Novembro, 153 avaliações ambientais foram aprovadas com um total de investimento de 470 bilhões de yuan, inclusive projetos poluidores e com uso intensivo de energia.

Enquanto os governos enfrentam o desafio crescimento X preservação ambiental, as pessoas se conscientizam e começam a mudar. Um artigo do britânico Independent fala das “sementes da mudança”. Os gramados ingleses estão se transformam em hortas, onde se plantam vegetais e árvores frutíferas. As lojas que vendem sementes não dão conta das encomenda e a crise atingiu os paisagistas. Além disso, há uma nova demanda: todo mundo quer um espaço para plantar ...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Bom Demais para Ser Verdade



Segundo o TIME (31/12), this may sound too good to be true ou “pode parecer bom demais para ser verdade, mas os EUA possuem uma fonte de energia renovável perfeitamente limpa, notavelmente barata, surpreendentemente abundante e com disponibilidade imediata”.
Estamos falando da “eficiência energética” que significa consumir menos energia mantendo a quantidade necessária para o seu uso. Gasta-se menos dinheiro e reduz-se a demanda por energia e a dependência do petróleo, com menos danos ao meio-ambiente. A receita é investir em “negawatts” , em vez de consumir mais “megawatts”. Já ficou provado que funciona, que pode ser usada em escala e que é eficiente em termos de custo.


Um exemplo disso é a rede elétrica inteligente ou smart grid.



O termo se refere ao uso da comunicação bi-direcional da informática na rede elétrica, para melhor eficiência do sistema de transmissão de energia. A vantagem é o controle do sistema, com o conhecimento em tempo real da condição da transmissão física (cabos, fios, etc). Há opção de ligar ou desligar o sistema e de tarifas de acordo com o uso de carga que varia em função do horário ou da época do ano.

O smart grid pode ser usado para reduzir as perdas técnicas (sistema de transmissão) e as perdas não técnicas, especialmente “os gatos” ou uso ilegal da energia. Com a rede elétrica inteligente é possível saber exatamente onde está indo a energia. No Brasil, por exemplo, a Aneel calcula que em 2008 “os gatos” , incluindo impostos não recebidos chegaram a 7,6 bilhões de reais.

O Eletric Power Research Institute – EPRI lançou o relatório “Rede Verde, Economia de Energia e Redução de Emissões de Carbono com a Smart Grid. O relatório de N. 1016905 mostra que o uso da smart grid pode reduzir a demanda de energia nos EUA em até 4.3% até 2030. O sistema pode facilitar também a integração dos recursos de geração renovável e o uso de veículos elétricos. A rede inteligente poderia reduzir as emissões de CO2 de 60 a 211 milhões de toneladas em 2030.

Se conservar energia tanto economiza dinheiro quanto é bom para o planeta, porque as pessoas não fazem mais isso? Segundo artigo O Negawatt que Ilude, The Elusive Negawatt, da Economist (8/05/08), os investimentos em eficiência energética já estão acontecendo em algum nível. “Nos EUA, a ‘intensidade energética’ ou quantidade de energia para gerar 1 dólar de energia – está caindo cerca de 2% ao ano (...) Do ponto de vista global, também há uma queda de 1 1/12 por ano.”
O que detém os investidores, segundo a Economist, é que o preço baixo da eletricidade e do combustível não incentiva a economizar. Não é por acaso que a Dinamarca, país de maior eficiência energética, também possui o preço mais alto de geração de energia. Nos EUA, nos locais onde o preço do kilowatt-hora excede a média nacional, o consumo de energia cai 7%. O inverso também tem lógica: quem faz gato, não está preocupado em economizar porque não está pagando nada.

Analistas explicam que existe uma série de distorções e de falhas de mercado que desencoraja os investimentos em eficiência. Os consumidores não tem tempo para pesquisar que produto poupa mais energia e também falta informação adequada. Apesar de tudo, os gastos em energia ainda são menores dos que os de algumas décadas atrás.
Financiar a eficiência energética pode ser difícil também. No mundo em desenvolvimento há menos capital e nos países desenvolvidos, a economia com domicílios mais eficientes é pequena em proporção às despesas financeiras para ser de interesse dos bancos.
Na Califórnia, taxas para financiar a economia de energia são adicionadas à conta e os serviços públicos gastam o dinheiro para alcançar as metas estabelecidas pela Comissão dos Serviços Públicos da Califórnia. O Estado espera atender metade de toda a demanda projetada com o aumento da eficiência energética.

Na verdade, o que mais importa é não permitir que a economia de dinheiro com energia (elétrica ou de combustível fóssil) alimente mais o consumo, diminuindo os benefícios conquistados. Sair de férias ou comprar outro aparelho elétrico com as economias significa consumir combustível e energia e lançar emissões de carbono.

O discurso de ontem (8/1) de Obama confirma o propósito dos EUA de investir em eficiência energética e energia limpa para reduzir as emissões de carbono.

Fontes:
Time, Boosting Efficiency, 31/12/08.
EPRI Report, 24/12/08.
Economist, The Elusive Negawatt 8/05/08.
Imagem: Suprasti Micromedijas.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Panorama Econômico "No Mundo Novo"

"A questão ambiental e climática ganha ruas e praças e muda fontes de energia. Em Nova York, a prefeitura redesenhou ruas, espremeu carros e entregou o espaço para ciclistas e pedestres. Bicicletas de graça rodam em Paris, postes de recarga incentivam carros elétricos em Londres. No Brasil, a maioria dos leilões de energia nova em 2008 foi para termelétricas a carvão ou a óleo combustível."

Dá para acreditar??

Artigo da Míriam Leitão na íntegra
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/post.asp?t=no-mundo-novo&cod_post=150851

sábado, 3 de janeiro de 2009

O Mar Está Sofrendo... (Plano B?)


e a culpa maior é a do ser humano, segundo reportagem especial da Economist.

O mar que tanto nos fascina não é mais o mesmo. O ser humano conseguiu alterar sua natureza e sua beleza. Em toda parte, há menos peixe. Atum, peixe-espada e tubarões estão escasseando e o bacalhau já diminuiu em 96% desde 1852. Para obter o bacalhau ou haddock que vivem no fundo do mar, pescadores ilegais arrastam redes e pesos que devastam grande áreas do fundo oceânico, sem chance de recuperação para as plantas e a vida animal.

Considerados as florestas tropicais do mar, os recifes de corais são os que mais sofrem com a elevação da temperatura do mar. Apenas 5% dos recifes de corais podem ser considerados virgens, um quarto se perdeu e o resto está vulnerável ao aquecimento global.As algas que formam os corais não sobrevivem e os recifes tomam uma aparência esbranquiçada e morrem.

O nível do mar se eleva com derretimento das camadas de gelo terrestre que jogam grandes quantidades de água fresca para o mar. Estudos recentes prevêem uma elevação de quase 1 metro neste século, podendo chegar a 2 metros. Muitas espécies sobreviverão, mas outras terão que lutar contra o clima e contra o lixo.

Tudo é jogado no mar: esgoto, pneus, embalagens plásticas e lixo tóxico. As marés vermelhas formadas pela concentração de algas aumentam em freqüência, número e tamanho, especialmente desde que se começou a usar fertilizantes contendo nitrogênio. As algas tóxicas matam os peixes e absorvem quase todo o oxigênio do oceano, formando um tapete de limo.

Como todos os ecossistemas estão interligados, a quase extinção das lontras marinhas no Pacífico Norte levou a uma proliferação dos ouriços do mar e à perda de uma floresta inteira de algas. Com a acidificação do mar, o salmão pode não ter mais como se alimentar dos pequenos caracóis e também desaparecer.

A biodiversidade é interdependente e o choque produzido pelos seres humanos nas últimas décadas faz o mar sofrer. O mar não está conseguindo suportar um mundo de 6.7bilhões de pessoas que chegará a 9 bilhões em 2050. Enquanto cientistas pensam num "Plano B" para em diminuir artificialmente a temperatura e retirar carbono da atmosfera, vamos perseverar em reduzir o consumo e o lixo e buscar energias amigas do meio-ambietne. Economist, reportagem especial “Troubled waters”, 30/12/08.
Independent, It's time for a "Plan B", 2/1/09.

Paraíso do Luxo e do Lixo



Thilafushi fica no paradisíaco arquipélago das Maldivas, mas é uma grande lata de lixo. A cada dia, mais de 300 toneladas de lixo se acumulam num espaço de cerca de sete quilômetros por duzentos metros. Inicialmente concebida para guardar o lixo dos habitantes locais da capital Malé, acabou sendo um grande depósito de todo o lixo produzido pelo arquipélago que recebe 10 mil turistas a cada semana. Uma parte do lixo é queimada e outra enterrada em nos aterros.

Ao lixo local, acrescenta-se também lixo eletrônico: baterias usadas, celulares e computadores. Com o aumento dos resíduos eletrônicos nos últimos anos, aumenta o risco para o meio-ambiente e para saúde humana. Algumas vezes materiais perigosos como o cádmio, presentes nas baterias são dispersos na água.

Os ambientalistas se preocupam também com a possibilidade de elevação do nível do mar e a dispersão das substâncias tóxicas no mar. Estas substâncias podem entrar na cadeia alimentar pelas algas e plâncton, chegando até à nossa mesa de jantar.

A decisão do presidente das Maldivas de economizar a renda do turismo para comprar uma outra pátria não vai funcionar se o ser humano continuar a maltratar a natureza. Mudar de lugar é mudar de problema.

Fonte, foto: La Reppublicca, 3/1/09.

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