terça-feira, 29 de março de 2011

Como contabilizar o impacto ambiental das corporações?

Pavan Sukhdev, chefe do Programa Iniciativa da Economia Verde declarou nesta segunda-feira (28/03) que as companhias deveriam se empenhar mais para relatar o seu impacto ambiental. Os danos da economia mundial ao patrimonio natural chegam a US$ 3 milhões por ano e pode levar de cinco a dez anos fazer uma comparação entre as empresas que melhor preservam o meio ambiente e as que causam os maiores impactos ambientais.

As companhias frequentemente se dizem “verdes”, mas não há um sistema comum de mensurar os diversos setores empresariais, incluindo cimento, farmacêuticos, eletricidade e construção. O Projeto de Divulgação do Carbono, Carbon Disclosure Project , uma iniciativa internacional que monitora os gases de efeito estufa das corporações tem feito o máximo para estabelecer um critério de desempenho para classificar as companhias “verdes”. O problema é que não há um modo de comparar e classificar os impactos na natureza, como o desmatamento e o uso da água.

Em 2010, o relatório Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade, The Economics of Ecosistems and Biodiversity (TEEB) estimou que o dano ao capital natural, incluindo florestas, zonas úmidas e pastagens seria entre US$ 2 bilhões e US$4.5 bilhões por ano.
O relatório mostrou, por exemplo, que um mangue na Tailândia vale muito mais intacto – pelo uso de proteção à costa contra tsunamis e tempestades ou como fonte de material para construção - do que se transformado numa fazenda de cultivo de camarões.
Algums companhias estão melhorando o seu desempenho em relação ao impacto ambiental: a Brewer SABMiller diminuiu o uso da água, p Sumitomo Trust and Baking.Co lançou um fundo de investimento em biodiversidade em 2010 e a Danone pretende se tornar neutra em carbono em 2011.

Produzir relatórios custa dinheiro e o Instituto de Contadores Oficiais na Inglaterra e Wales, Institute of Chartered Accountants in England and Wales (ICAEW) procura fundos para estabelecer uma série de iniciativas que seguem o relatório TEEB para os negócios. O instituto ajuda a monitorar os imapctos das emissões de carbono, poluição, contaminação da água e desmatamento.
Os profissionais conscientes do problema dão a sua opinião sobre o assunto. Segundo
Richard Spencer, chefe de sustentabilidade do ICAEW, o primeiro estágio seria desenvolver técnicas de avaliação do mundo natural.

Idar Kreutzer, executive chefe do Storebrand, afirma que o atual cenário, com projeção até 2050 do uso de 2.3 dos recursos naturais é insustentável. Sukhdev observou que já há precedentes para relatar os riscos, além dos lucros e perdas. As companhias tem que relatar os possíveis custos com os casos em julgamento ou uma companhia de petróleo tem que relatar um vazamento no ano após a recente publicação do seu último balanço.

Os danos ambientais tem sérias conseqüências e não podem esperar o próximo balanço para serem compensados.

A foto mostra água contaminada perto de minas de ouro na Estrada Intraoceanica que liga o Peru ao Brasil na selva amazônica.


Fonte: World Environment News 29/3
Foto: Reuters/Mariana Bazo 20/10

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