sábado, 16 de novembro de 2019

OS PROBLEMAS PARA A SAÚDE E AMBIENTE DA PROTEÍNA ANIMAL - Coller Fairr Index




 O  Coller FAIRR Protein Producer Index,  Índice de Produção de Proteína foi lançado em 2018 e faz uma avaliação do setor agro-industrial e dos seus impactos ambientais, sociais e de governança, no sentido de orientar investidores e produtores. O Index 2019 demostra que 39 das 60 companhias com valor de US $ 175 bilhões são consideradas de alto risco com práticas não sustentáveis.  

As piores do setor são consideradas de alto risco:
Fujian Sunner - aves, China. 
Beijing Shunxin Agriculture Co Ltd - suínos, China 
Venky's India Ltd - aves e ovos, India. 
Bachoco - aves e ovos, México
Cal-Maine - aves e ovos, EUA.  

As melhores do setor, consideradas de baixo risco:
Mowi ASA - aquicultura  
Fonterra Co-operative Group Ltd - laticínios, Nova Zelândia.  
Lerøy Seafood Group ASA - aquicultura, Noruega.  
Bakkafrost P/F - aquicultura, Dinamarca.  
Tyson Foods Inc Meat - carnes em geral, EUA. 

O setor da agricultura industrial representa US $ 1,5 trilhão na economia global e os riscos para o consumo são evidentes. Atualmente 70 bilhões de animais são processados para alimentar 7 bilhões de humanos a cada ano. O setor é responsável por mais de 14% das emissões globais de carbono. A indústria de pecuária é a maior causa da perda da vegetação natural e 73% de todos os antibióticos são usados na agricultura industrial.  


Restaurantes e supermercados tem assumido o compromisso de reduzir as suas emissões, eliminar o desmatamento e administrar melhor o uso de antibióticos, mas quem garante que os seus maiores fornecedores de carne, peixe e laticínios estão seguindo estas tendências? 

De acordo com Coller Fairr Index, as companhias continuam usando os antibióticos de forma rotineira em animais saudáveis. Apenas 7% de produtores se comprometeram a eliminar esta prática em todos os animais. 
Nenhuma das 50 companhias de carne e produtos de laticínios do Index tem uma política eficiente para combater o desmatamento em todas as áreas onde atuam. Apenas 1 em 4 produtores de carne e laticínios medem as suas emissões de gases de efeito estufa, os causadores do aquecimento global e tão pouco agem para reduzir as emissões. 

Para evitar os desastres ambientais e as mudanças drásticas do clima é necessário combater as emissões do setor agrícola. Investidores conscientes querem estar informados sobre os  riscos ESG Environment, Social and Governance, do Ambiente, Social e de Governança. 

Os Números da Nossa Saciedade (e prazer)  

  • 23 bilhões de galinhas domesticadas no mundo > Humanos consomem 65 bilhões de galinhas por ano. Como pode ser?  Uma galinha industrial vive apenas de 5 a 9 semanas. Seus ossos contém química e ficam fossilizados nos aterros sanitários. 
  • A produção de leite, ovos e carne aumentou em 140% desde 1961 e possibilitou o acesso às fontes baratas de proteína. 
  • A criação de animais liderada por gado e porcos é a maior biomassa de mamíferos do planeta. 
  • O setor é um dos dois maiores responsáveis pelos danos ambientais e sociais para o planeta e os seres humanos. 

Os Números dos danos ambientais 

Mudanças Climáticas: a criação de animais é responsável por 7.1 gigatones de dióxido de carbono, CO2 ou 14,5% das emissões globais.      
                                
Perda da biodiversidade: a criação de animais é sozinho o maior responsável pela perda de biodiversidade. 80% de toda a terra agricultável é usada para pastos e monoculturas de milho e soja para alimentar animais. A Amazônia e o Cerrado brasileiros tem a sua biodiversidade ameaçada com a expansão agro-industrial.        Fertilizantes, pesticidas e drogas veterinárias usadas na produção animal degradam os ecossistemas locais e fontes de água.  Raças de crescimento rápido para competir no mercado levou à diminuição da diversidade genética.

Resistência aos antibióticos: mais de 73% de todos os antibióticos vendidos no mundo são usados na criação de animais e peixes. Há décadas o uso indiscriminado de antibióticos aumentou o risco de resistência medicamentosa, levando a OMS Organização Mundial da Saúde a insistir com os fazendeiros para parar o uso de antibióticos em animais saudáveis. 

Segurança Alimentar: Em 2050, o mundo vai precisar de aumento de  56% de agricultura calórica e duas vezes mais área agricultável do tamanho da India, se comparado com 2010. O setor de carne e laticínios  consome 1/3 de toda a produção global de cereais e usa 40% de toda a terra arável e o consumo intenso dos recursos naturais faz com que seja uma fonte ineficiente de alimentação calórica. 

Obesidade e cancer: Vários estudos ligaram o consumo excessivo de proteína animal, especialmente carne vermelha e processada (salsicha, linguiças etc) a doenças não transmissíveis como cancer, diabetes, infarto, infecções, doença do fígado, doença dos rins e dos pulmões. Consumidores dos países desenvolvidos da OECD consomem 164k de carne vermelha, aves e produtos laticínios por ano, 450grs por dia. Esta quantidade é 5 vezes maior do que o recomendado pela orientação de dieta. 

Água e Poluição: 1/3 de água doce utilizada na agricultura é para a criação de gado. O uso excessivo de fertilizantes para ração e adubo nas fazendas de criação de animais esgota as fontes de água locais. Os EUA são os maiores produtores mundiais de carne bovina, suína, aves e laticínios. Acredita-se que os rejeitos de nitrato e fósforo da agricultura animal ao longo do  Rio Mississipi criaram uma "zona morta" no Golfo do México.

Fonte: Coller Fairr  Index 

Arquivo do blog