segunda-feira, 9 de março de 2009

50% de Chances de salvar o planeta + Verdades inconvenientes


De acordo com pesquisas feitas no Reino Unido, as chances de conseguirmos manter a alta da temperatura em 2C (antes do nível do desastre) são de 50%, mesmo se todos os países se dispuserem a cortar as emissões nocivas. A previsão foi feita pelo modelo de clima do supercomputador britânico do Escritório de Meteorologia do Centro Hadley para Previsão e Pesquisa do Clima. A intenção é alertar todos os governos do mundo que começam a se reunir daqui a 3 semanas para negociar um tratado internacional sobre o aquecimento global, a ser assinado em dezembro, em Copenhagen.

A previsão foi noticiada hoje (9/3)pelo Independent, que também publicou um artigo que aborda pontos importantes da questão ambiental, com o título de "Verdades Inconvenientes". O controvertido artigo que mereceu várias críticas de leitores é introduzido pela pergunta:

Dirigir um carro elétrico, ter alimentação orgânica e boicotar o que vem da China (custos de transporte) ajuda a lutar contra as mudanças climáticas?

Na minha opinião, a resposta é sim. Além de ajudar a lutar contra as mudanças climáticas, esta alteração de hábitos traz resultados positivos para a nossa vida pessoal.
Não há como negar que a alimentação orgânica é mais saborosa. Os legumes, as verduras e as frutas e o feijão têm gosto da minha infância, quando os fertilizantes químicos ainda eram pouco usados. A alimentação saudável ajuda a prevenir as doenças e não precisamos de remédios, cujo processo de fabricação também contribui para o aquecimento global.

AS verdades inconvenientes, abordadas pelo jornal britânico podem ser assim resumidas:

1. Alguns animais bonitos deixarão de existir, como o cisne Bewick que sofrerá com o alagamento das terras inundadas por uma barragem no Estuário Severn. A barragem proverá 5% da eletricidade do Reino Unido sem emissões nocivas. Entre energia limpa e proteção aos animais, a escolha parece inevitável.

2. A energia nuclear não é problema, é solução.
James Lovelock argumenta “Todo o universo funciona com energia nuclear, por que não nós”?

3. Não adianta evitar os produtos que vêm de muito longe.
No caso inglês, contar os quilômetros percorridos e os custos de transporte não valeria a pena, porque as importações de kiwis, bananas etc não são representativas. Outro argumento seria que um produtor local tem que fazer 10 viagens no seu caminhão (1 tonelada por vez) para transportar 10 toneladas de carne de carneiro, enquanto um super caminhão pode transportar as mesmas toneladas que estão muito mais longe de uma só vez. O caminhão grande vai gastar mais gasolina, mas não tão mais quanto se imagina. Um outro caso seria de que as maçãs da Nova Zelândia podem ser bem mais "verdes" do que as maçãs inglesas porque as fazendas no país distante utilizam fontes de energias renováveis. E assim por diante…

Podemos mais uma vez perceber que a questão ambiental é complexa e com certeza contribuirá para o desenvolvimento do cérebro humano na tentativa de responder ao problema.

Fonte: Independent

Arquivo do blog