sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Bom Demais para Ser Verdade



Segundo o TIME (31/12), this may sound too good to be true ou “pode parecer bom demais para ser verdade, mas os EUA possuem uma fonte de energia renovável perfeitamente limpa, notavelmente barata, surpreendentemente abundante e com disponibilidade imediata”.
Estamos falando da “eficiência energética” que significa consumir menos energia mantendo a quantidade necessária para o seu uso. Gasta-se menos dinheiro e reduz-se a demanda por energia e a dependência do petróleo, com menos danos ao meio-ambiente. A receita é investir em “negawatts” , em vez de consumir mais “megawatts”. Já ficou provado que funciona, que pode ser usada em escala e que é eficiente em termos de custo.


Um exemplo disso é a rede elétrica inteligente ou smart grid.



O termo se refere ao uso da comunicação bi-direcional da informática na rede elétrica, para melhor eficiência do sistema de transmissão de energia. A vantagem é o controle do sistema, com o conhecimento em tempo real da condição da transmissão física (cabos, fios, etc). Há opção de ligar ou desligar o sistema e de tarifas de acordo com o uso de carga que varia em função do horário ou da época do ano.

O smart grid pode ser usado para reduzir as perdas técnicas (sistema de transmissão) e as perdas não técnicas, especialmente “os gatos” ou uso ilegal da energia. Com a rede elétrica inteligente é possível saber exatamente onde está indo a energia. No Brasil, por exemplo, a Aneel calcula que em 2008 “os gatos” , incluindo impostos não recebidos chegaram a 7,6 bilhões de reais.

O Eletric Power Research Institute – EPRI lançou o relatório “Rede Verde, Economia de Energia e Redução de Emissões de Carbono com a Smart Grid. O relatório de N. 1016905 mostra que o uso da smart grid pode reduzir a demanda de energia nos EUA em até 4.3% até 2030. O sistema pode facilitar também a integração dos recursos de geração renovável e o uso de veículos elétricos. A rede inteligente poderia reduzir as emissões de CO2 de 60 a 211 milhões de toneladas em 2030.

Se conservar energia tanto economiza dinheiro quanto é bom para o planeta, porque as pessoas não fazem mais isso? Segundo artigo O Negawatt que Ilude, The Elusive Negawatt, da Economist (8/05/08), os investimentos em eficiência energética já estão acontecendo em algum nível. “Nos EUA, a ‘intensidade energética’ ou quantidade de energia para gerar 1 dólar de energia – está caindo cerca de 2% ao ano (...) Do ponto de vista global, também há uma queda de 1 1/12 por ano.”
O que detém os investidores, segundo a Economist, é que o preço baixo da eletricidade e do combustível não incentiva a economizar. Não é por acaso que a Dinamarca, país de maior eficiência energética, também possui o preço mais alto de geração de energia. Nos EUA, nos locais onde o preço do kilowatt-hora excede a média nacional, o consumo de energia cai 7%. O inverso também tem lógica: quem faz gato, não está preocupado em economizar porque não está pagando nada.

Analistas explicam que existe uma série de distorções e de falhas de mercado que desencoraja os investimentos em eficiência. Os consumidores não tem tempo para pesquisar que produto poupa mais energia e também falta informação adequada. Apesar de tudo, os gastos em energia ainda são menores dos que os de algumas décadas atrás.
Financiar a eficiência energética pode ser difícil também. No mundo em desenvolvimento há menos capital e nos países desenvolvidos, a economia com domicílios mais eficientes é pequena em proporção às despesas financeiras para ser de interesse dos bancos.
Na Califórnia, taxas para financiar a economia de energia são adicionadas à conta e os serviços públicos gastam o dinheiro para alcançar as metas estabelecidas pela Comissão dos Serviços Públicos da Califórnia. O Estado espera atender metade de toda a demanda projetada com o aumento da eficiência energética.

Na verdade, o que mais importa é não permitir que a economia de dinheiro com energia (elétrica ou de combustível fóssil) alimente mais o consumo, diminuindo os benefícios conquistados. Sair de férias ou comprar outro aparelho elétrico com as economias significa consumir combustível e energia e lançar emissões de carbono.

O discurso de ontem (8/1) de Obama confirma o propósito dos EUA de investir em eficiência energética e energia limpa para reduzir as emissões de carbono.

Fontes:
Time, Boosting Efficiency, 31/12/08.
EPRI Report, 24/12/08.
Economist, The Elusive Negawatt 8/05/08.
Imagem: Suprasti Micromedijas.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Panorama Econômico "No Mundo Novo"

"A questão ambiental e climática ganha ruas e praças e muda fontes de energia. Em Nova York, a prefeitura redesenhou ruas, espremeu carros e entregou o espaço para ciclistas e pedestres. Bicicletas de graça rodam em Paris, postes de recarga incentivam carros elétricos em Londres. No Brasil, a maioria dos leilões de energia nova em 2008 foi para termelétricas a carvão ou a óleo combustível."

Dá para acreditar??

Artigo da Míriam Leitão na íntegra
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/post.asp?t=no-mundo-novo&cod_post=150851

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