domingo, 30 de março de 2008

Poluição menos que zero

Mathew Wald do NY Times argumenta em seu artigo de 26.03.08 que se o mundo vai reduzir drasticamente a quantidade de dióxido de carbono jogada na atmosfera até a metade do século, então muitos negócios terão que se tornar carbono-neutros, com zero emissões de gases de efeito estufa. Mas alguns podem ir ainda mais além e se tornar carbono negativos. Pesquisadores nos laboratórios acadêmicos e industriais estão trabalhando em tecnologias para chegar a estes objetivos. O sucesso pode criar o mais avançado “negócio verde”, produzindo por exemplo combustível com emissões menos que zero. Para especialistas é só uma questão de tempo.

Kammen, diretor do Laboratório de Energia Renovável e Apropriada da Universidade da Califórnia, disse que as tecnologias com poluição menos zero serão essenciais. O mundo enfrenta a certeza de massivas emissões no futuro de instalações que já estão funcionando e acrescentou que as concentrações atmosféricas têm que ser estabilizadas. Para evitar as piores conseqüências, o Painel das Mudanças Climáticas (ONU) recomendou um corte de 80% nas emissões.

Para Vollsaeter, especialista em meio-ambiente e ex-gerente na Shell Internacional, o grande problema mesmo é remover o dióxido de carbono já acumulado na atmosfera. Muito investimento será necessário, mas as linhas gerais já estão traçadas.
Partindo do conceito de uma instalação que captura e armazena dióxido de carbono, as emissões seriam zero porque o carvão é transformado em gás e processado para produzir hidrogênio e dióxido de carbono. O hidrogênio, não poluidor seria queimado e o CO2 enterrado no solo.
No caso do combustível produzido por biomassa temos emissões negativas: a matéria prima para o combustível retira carbono da atmosfera enquanto cresce e a gaseificação e a estocagem retiram o carbono de circulação.

O secretário Schafer do Departamento de Agricultura dos EUA considera a estocagem de carbono como um novo plantio: “é um dos muitos modos da comunidade agrícola se tornar um ator viável no campo da energia renovável”. O método já tem até um nome agrichar: material vegetal ou resíduos agrícolas são cozidos a altas temperaturas sem oxigênio, o que produz um óleo que modificado quimicamente que pode ser usado como combustível de veículos.
Segundo Brown, diretor do Instituto de Bioeconomia em Iowa, num mundo focado no carvão, a parte mais importante seriam as sobras, ricas em minerais como potássio e fósforo. Quando devolvidas ao solo, ajudariam a reter a água e os nutrientes, o que incentiva o crescimento das plantas.

Várias são as propostas de emissões menos que zero, porque segundo Eisenberger, professor de ciências da Terra e meio-ambiente, “se queremos resolver o problema do aquecimento, o que não podemos fazer é ficar empatados.”

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