Trecho de artigo publicado na Ensia, Saúde Pública por John Vidal, 18/03/20.
Em 2004 John Vidal viajou para Mayibout no Gabão para investigar porque doenças mortais novas para humanos emergiam de “hot spots”(lugares quentes) da biodiversidade, como florestas tropicais e mercados de carne de animais selvagens.
Quando chegou ao destino encontrou a população do vilarejo traumatizada com o vírus mortal que matava 90% das pessoas infectadas. Estavam apavorados que o vírus voltasse.
As pessoas contaram que crianças tinham ido para a floresta e que um cachorro matou um chimpanzé. Quem cozinhou e comeu teve problemas sérios e alguns morreram imediatamente, enquanto outros foram para o hospital.
Há uma ou duas décadas, pensava-se que as florestas tropicais e ambientes naturais intactos hospedavam vírus e patógenos que traziam novas doenças, como HIV, Ebola, dengue.
Atualmente um número de pesquisadores pensa que na verdade é a destruição da biodiversidade pela humanidade que cria as condições para os novos vírus como COVID-19. Uma nova disciplina, a saúde planetária emerge com foco nas crescentes conecções visíveis entre o bem estar dos humanos, outras criaturas vivas e ecossistemas inteiros.
David Quammen, autor de Spillover: Animal Infections and the Next Pandemic, Derramamento: Infecções Animais e a Próxima Pandemia escreveu recentemente para o New York Times:
“Nós invadimos as florestas tropicas e outros lugares selvagens onde habiam tantas espécies de animais e plantas e entre elas, tantos vírus desconhecidos. Nós cortamos árvores, matamos animais ou os engaiolamos e os enviamos aos mercados. Nós pertubamos ecossistemas e soltamos os vírus dos seus hospedeiros naturais. Quando isto acontece, eles precisam de um novo hospedeiro. Frequentemente, somos nós”.
Fonte: Scientific American.
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